COLUNA DO RICCHETTI: Cinco minutos

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Abraco COLUNA DO RICCHETTI: Cinco minutos

Às vezes, o coração desperta com uma saudade que não se explica. Não é apenas um pensamento passageiro ou uma lembrança que surge de repente e se esvai como água pelos dedos. É uma ausência que se materializa no peito, um aperto silencioso que insiste em nos acompanhar ao longo do dia. Talvez seja o vento sussurrando segredos do tempo, ou quem sabe, uma visita discreta de quem já partiu, um afago vindo de outra dimensão.

Imagino meu pai em algum lugar além desta vida, espiando por uma janela do céu ou quem sabe assistindo a tudo por uma tela invisível, monitorada por anjos. Será que ele sente saudades também? Será que, de lá, consegue ouvir as palavras que nunca disse ou perceber os gestos que não vi?

Lembrei-me de um vídeo de um menininho extremamente pobre, no interior da Colômbia. Tão pequeno, mas com um coração grande o suficiente para carregar o peso da ausência. Quando perguntado pelo repórter sobre o que gostaria de ganhar, sua resposta foi simples, cortante como um fio de navalha: “Cinco minutos com meu pai.”

Cinco minutos…

O que se pode fazer em tão pouco tempo? Talvez apenas olhar nos olhos, dizer um “eu te amo” engasgado há anos, sentir o calor de um abraço que o tempo tentou apagar, dar um beijo esquecido num dia de correria. Cinco minutos podem ser uma eternidade quando se trata de amor.

E então, olhei para minha filha. Nove anos, os olhos brilhando com a inocência de quem ainda não entende que a vida é feita de despedidas. Será que ela já pensou que um dia não estarei mais aqui? Talvez não, e isso me tranquiliza. Mas e se soubesse? Será que grudaria em mim, recusando-se a desperdiçar qualquer instante longe de mim?

A vida nos dá esses cinco minutos todos os dias. Estão ali à nossa disposição, mas às vezes os deixamos escapar entre compromissos, distrações e preocupações tolas. O menininho da Colômbia nos ensina o óbvio, aquilo que insistimos em esquecer: o tempo que temos agora é o presente mais valioso.

Hoje, enquanto posso, decido viver cada segundo ao lado daqueles que amo, sem esperar pela saudade para me lembrar do que realmente importa.

Porque cinco minutos ao lado de quem amamos podem valer uma eternidade.

José Luiz Ricchetti – 14/02/25

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Às vezes, o coração desperta com uma saudade que não se explica. Não é apenas um pensamento passageiro ou uma lembrança que surge de repente e se esvai como água pelos dedos. É uma ausência que se materializa no peito, um aperto silencioso que insiste em nos acompanhar ao longo do dia. Talvez seja o vento sussurrando segredos do tempo, ou quem sabe, uma visita discreta de quem já partiu, um afago vindo de outra dimensão.

Imagino meu pai em algum lugar além desta vida, espiando por uma janela do céu ou quem sabe assistindo a tudo por uma tela invisível, monitorada por anjos. Será que ele sente saudades também? Será que, de lá, consegue ouvir as palavras que nunca disse ou perceber os gestos que não vi?

Lembrei-me de um vídeo de um menininho extremamente pobre, no interior da Colômbia. Tão pequeno, mas com um coração grande o suficiente para carregar o peso da ausência. Quando perguntado pelo repórter sobre o que gostaria de ganhar, sua resposta foi simples, cortante como um fio de navalha: “Cinco minutos com meu pai.”

Cinco minutos…

O que se pode fazer em tão pouco tempo? Talvez apenas olhar nos olhos, dizer um “eu te amo” engasgado há anos, sentir o calor de um abraço que o tempo tentou apagar, dar um beijo esquecido num dia de correria. Cinco minutos podem ser uma eternidade quando se trata de amor.

E então, olhei para minha filha. Nove anos, os olhos brilhando com a inocência de quem ainda não entende que a vida é feita de despedidas. Será que ela já pensou que um dia não estarei mais aqui? Talvez não, e isso me tranquiliza. Mas e se soubesse? Será que grudaria em mim, recusando-se a desperdiçar qualquer instante longe de mim?

A vida nos dá esses cinco minutos todos os dias. Estão ali à nossa disposição, mas às vezes os deixamos escapar entre compromissos, distrações e preocupações tolas. O menininho da Colômbia nos ensina o óbvio, aquilo que insistimos em esquecer: o tempo que temos agora é o presente mais valioso.

Hoje, enquanto posso, decido viver cada segundo ao lado daqueles que amo, sem esperar pela saudade para me lembrar do que realmente importa.

Porque cinco minutos ao lado de quem amamos podem valer uma eternidade.

José Luiz Ricchetti – 14/02/25

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