11 de setembro, data em que as torres gêmeas de New York cairam, não é um dia para se comemorar, é um dia para refletirmos.
Naquele trágico dia de 2001, eu estava num voo com destino a Portugal, onde iria morar.
Me lembro que assim que cheguei ao aeroporto de Lisboa me deparei com aquele aparato de policiais e soldados, todos empunhando fuzis e metralhadoras e não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, até chegar ao hotel e ver na TV as primeiras imagens do atentado.
Naquele momento me lembrei do encontro que tinha tido, horas antes de embarcar, na sala VIP da companhia aérea, com duas amigas que iriam para New York, para uma semana de moda. Logo imaginei o que teria acontecido com elas, tendo em vista que tinham indo para o olho do furacão.
Somente duas semanas mais tarde é que consegui ter notícias delas e saber que estava tudo bem, apesar do susto e da confusão que tinham enfrentado quando o avião em que estavam havia sido desviado para um outro aeroporto, por determinação do FAA , órgão de segurança de voo dos Estados Unidos.
Recentemente pude ler um interessante artigo sobre uma empresa, que tinha o seu escritório no World Trade Center e que decidiu convidar aqueles seus funcionários que tinham sobrevivido ao ataque, para que compartilhassem suas experiências.
O artigo demonstrava que todas elas estavam vivas por razões muito simples, pequeninos detalhes que salvaram suas vidas.
– Era o diretor que chegou tarde porque teve reunião na escola do filho.
– A mulher que se atrasou porque o seu despertador não tocou naquele dia.
– O funcionário que errou o caminho e pegou um congestionamento.
– A funcionária que derramou café na blusa e precisou trocar de roupa.
– Um sócio que bateu o seu carro novo, logo na esquina de casa.
– O funcionário que teve que atender um telefone e chegou mais tarde.
– A secretaria que entrou em trabalho de parto, prematuramente.
– O porteiro que simplesmente não conseguiu pegar o seu ônibus no horário.
E talvez a história mais pitoresca tenha sido daquele senhor, que por causa de um sapato novo, teve uma bolha no pé e parou na farmácia para comprar um curativo.
E por aí vai….
Foram inúmeros os depoimentos que relataram fatos e acontecimentos que de uma forma ou de outra fizeram com que cada uma daquelas pessoas se atrasasse e com isso não fossem tragadas pela tragédia.
Isso me fez refletir que a gente sempre está no lugar que deveríamos estar. Por alguma razão sempre estamos no lugar certo, na hora certa.
Todos nós muitas vezes nos irritamos porque, por algum motivo, acabamos nos atrasando para o trabalho ou para um compromisso:
É o filho que ‘enrola’ para se levantar e ir para a escola.
É o trânsito que resolveu ficar complicado naquele dia.
É a chave do carro que não encontramos.
É a nossa roupa que queremos e não encontramos…
Enfim, é aquele dia que começa e parece que nada está dando certo.
Nessas horas, o melhor é não nos preocuparmos e nem ficarmos chateados e apenas nos lembrarmos que o tempo de Deus é bem diferente do nosso.
Deus sabe o que é melhor para nós em cada exato momento. Um pequeno contratempo pode ser apenas a sua mão nos redirecionando para o devido lugar, para a hora certa.
Ao invés de nos irritarmos, é melhor cultivarmos a paciência e agradecermos a mão divina que nos guia e protege, pois a grande certeza é que sempre estamos no momento e no lugar que deveríamos estar.
José Luiz Ricchetti – 11/09/2021