
Antes mesmo que o sol se espreguice no horizonte, elas já estão de pé. O relógio marca o início de um novo dia, mas para elas, o tempo não se mede em horas – ele pulsa entre hospitais, escritórios, fábricas, residências, escolas, fazendas, caatingas, florestas, nos mais diversos rincões deste nosso imenso e sofrido Brasil. É a vida que segue, e nelas, a vida se reflete.
São professoras que ensinam os primeiros traços do futuro, são médicas e enfermeiras que seguram mãos entre a dor e a esperança, são engenheiras e arquitetas que projetam alicerces, cientistas que desvendam segredos, agricultoras que semeiam o alimento, artistas que transformam o cotidiano em beleza. São líderes, são operárias, são cuidadoras, são sonhadoras. São tantas em uma só.
São mães, filhas, irmãs, esposas, amigas. São mulheres que equilibram jornadas duplas, triplas, que cuidam mesmo quando precisam ser cuidadas. Mulheres que se doam sem medida, que se refazem entre a exaustão e a esperança, que enxergam além do que os olhos alcançam. Mulheres que não apenas fazem parte do mundo, mas o movem.
Nos lugares onde trabalham, não há silêncio absoluto. Há o som característico de cada ambiente, de cada ofício, de cada desafio enfrentado. Mas em meio ao ruído da rotina, há algo que nenhuma máquina substitui: a presença, o toque, o olhar que acolhe, a palavra que conforta. Porque cada gesto, cada esforço, carrega um ingrediente invisível e essencial, algo que nenhum manual ensina: o amor.
Entre uma tarefa e outra, mensagens aguardam respostas, filhos esperam um afago, contas seguem vencendo, o lar pede atenção. O cansaço pesa nos ombros, mas nunca na alma. Mesmo exaustas, encontram forças para um sorriso, para a criança que chora, para o amigo que precisa de um ombro amigo, para um estranho que carece de gentileza.
Aprendem cedo que ser mulher é ser forte sem perder a suavidade. É ser presença, mesmo na ausência. É ser caminho e refúgio. É ser tantas em uma só, sem nunca deixar de ser ela mesma.
E neste Dia da Mulher, quando os holofotes se voltam para elas por um instante, a verdade se impõe: essas mulheres não precisam apenas de aplausos, flores, homenagens, ou que lhes levantem bandeiras. Elas precisam de respeito, reconhecimento, equidade real todos os dias, seja no lar ou no trabalho. Porque enquanto o mundo gira, são elas que sustentam seu movimento, doando o melhor de si – com mãos firmes, corações imensos e uma coragem que transcende profissões, idades e fronteiras.
Que saibam, todos os dias, que seu brilho não depende de locais ou circunstâncias, pois está na essência. Elas são luz. E a luz nunca se apaga.
Feliz Dia da Mulher às que fazem do amor sua missão. Vocês são a centelha que ilumina o mundo!
José Luiz Ricchetti – 08/03/25