COLUNA DO RICCHETTI – Receita de família

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Me lembro do tempo quando minha avó costumava reunir a família para comer aquela macarronada que só ela sabia preparar.

Eram reuniões em que, além de saborearmos aquele delicioso macarrão, feito em casa, a gente podia reencontrar um tio, uma tia ou um primo que não via há muito tempo e tinha a oportunidade de colocar a conversa em dia e matar a saudade.

Numa dessas vezes minha avó desafiou duas de suas netas a prepararem com ela o famoso macarrão, para que no final, a família toda, em prova cega, ou seja sem saber qual prato tinha sido feito por quem, apontasse aquele de melhor sabor.

Não preciso dizer que o macarrão vencedor foi o da minha avó, embora as netas, tenham se esforçado e feito tudo absolutamente igual, acompanhando passo a passo o que ela ia fazendo na cozinha.

Tenho fixo na minha memória, a cena final, com todos sentados à mesa, logo após termos escolhido o prato que ela havia preparado, quando ela nos disse estas sábias palavras:

“A receita, os ingredientes, tudo foi absolutamente igual, o que talvez tenha feito a diferença foi o amor que coloquei. Lembrem-se sempre que cozinhar para a família exige amor, muito amor” 

Ah que saudades desse macarrão, desse amor, da família e desses encontros e reencontros com os tios, tias, primos e primas….

Todas essas lembranças vieram à tona, por estes dias, quando eu estava lendo o livro ‘Arroz de Palma’ de Francisco Azevedo. Incrível como ele conseguiu em determinado ponto do seu livro retratar exatamente o clima desses nossos encontros com a minha família.

A ‘Família’ é como aquele prato especial, é muito difícil de preparar, e conseguir reunir todos os ingredientes é sempre um problema, principalmente nas festas de final de ano.

Preparar a ‘Família’, exige muita coragem, dedicação e paciência. Existem tantos truques e segredos, são tantas as coisas imprevisíveis, que muitas vezes, dá até vontade de desistir.

Mas a vida, sempre arruma um jeito de aguçar o nosso apetite e o tempo põe a mesa, arruma as cadeiras e de repente está tudo lá, está feito o milagre, a ‘Família’ está pronta para ser servida.

Mas nunca se esqueça de que ‘Família’ é um prato que emociona e pode fazer a gente chorar muito, seja de alegria, de raiva ou de tristeza.

E por pior que seja o paladar, a ‘Família’ é prato que você tem que experimentar, comer e se puder sempre saborear.

Deguste com prazer, aproveite ao máximo a ‘Família’, pois nem todos tem a grande felicidade de poder se servir de uma.

Assim se você é aquele que teve essa sorte, lembre-se de que a ‘Família’ é um prato que, quando acaba, nunca mais se repete.

José Luiz Ricchetti

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Me lembro do tempo quando minha avó costumava reunir a família para comer aquela macarronada que só ela sabia preparar.

Eram reuniões em que, além de saborearmos aquele delicioso macarrão, feito em casa, a gente podia reencontrar um tio, uma tia ou um primo que não via há muito tempo e tinha a oportunidade de colocar a conversa em dia e matar a saudade.

Numa dessas vezes minha avó desafiou duas de suas netas a prepararem com ela o famoso macarrão, para que no final, a família toda, em prova cega, ou seja sem saber qual prato tinha sido feito por quem, apontasse aquele de melhor sabor.

Não preciso dizer que o macarrão vencedor foi o da minha avó, embora as netas, tenham se esforçado e feito tudo absolutamente igual, acompanhando passo a passo o que ela ia fazendo na cozinha.

Tenho fixo na minha memória, a cena final, com todos sentados à mesa, logo após termos escolhido o prato que ela havia preparado, quando ela nos disse estas sábias palavras:

“A receita, os ingredientes, tudo foi absolutamente igual, o que talvez tenha feito a diferença foi o amor que coloquei. Lembrem-se sempre que cozinhar para a família exige amor, muito amor” 

Ah que saudades desse macarrão, desse amor, da família e desses encontros e reencontros com os tios, tias, primos e primas….

Todas essas lembranças vieram à tona, por estes dias, quando eu estava lendo o livro ‘Arroz de Palma’ de Francisco Azevedo. Incrível como ele conseguiu em determinado ponto do seu livro retratar exatamente o clima desses nossos encontros com a minha família.

A ‘Família’ é como aquele prato especial, é muito difícil de preparar, e conseguir reunir todos os ingredientes é sempre um problema, principalmente nas festas de final de ano.

Preparar a ‘Família’, exige muita coragem, dedicação e paciência. Existem tantos truques e segredos, são tantas as coisas imprevisíveis, que muitas vezes, dá até vontade de desistir.

Mas a vida, sempre arruma um jeito de aguçar o nosso apetite e o tempo põe a mesa, arruma as cadeiras e de repente está tudo lá, está feito o milagre, a ‘Família’ está pronta para ser servida.

Mas nunca se esqueça de que ‘Família’ é um prato que emociona e pode fazer a gente chorar muito, seja de alegria, de raiva ou de tristeza.

E por pior que seja o paladar, a ‘Família’ é prato que você tem que experimentar, comer e se puder sempre saborear.

Deguste com prazer, aproveite ao máximo a ‘Família’, pois nem todos tem a grande felicidade de poder se servir de uma.

Assim se você é aquele que teve essa sorte, lembre-se de que a ‘Família’ é um prato que, quando acaba, nunca mais se repete.

José Luiz Ricchetti

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