Desculpem, mas hoje a minha crônica é de desabafo.
Se olharmos no dicionário veremos que o significado da palavra ‘desserviço’ é ação que denota falta de lealdade, perfídia, serviço malfeito que ocasiona prejuízo.
Tenho um velho fusca 1981, que adquiri não só porque foi um dos meus primeiros carros, mas também porque acho o projeto genial dada a sua simplicidade e resistência.
No final de 2019 decidi que era hora de reformá-lo ou melhor restaurá-lo e procurei indicações de uma pessoa que pudesse ter a experiência necessária para fazê-lo.
Encontrada o tal especialista, seguiu o meu fusca em um caminhão reboque para sua oficina, no mês de dezembro, daquele ano.
Depois de comprar inúmeras peças e pagar por várias fases do projeto, continuo implorando, isso mesmo, implorando por notícias e fotos sobre o andamento do restauro e a situação do meu fusca. Lá se vão quase dois anos!
Cheguei no início, até a ficar até com dó do prestador do ‘desserviço’ visto que ele quase matou a sua família inteira. A cada hora ele tinha alguém que ou tinha ficado gravemente ferido ou muito doente ou até morrido. A avó, acho que ele se esqueceu e matou duas vezes…
Também nunca vi um sujeito tão azarado, pois sofreu acidente de carro, pegou covid, teve infarto, caiu do caminhão e vai por aí a fora a quantidade infinita de desculpas esfarrapadas, para adornar a sua incompetência e desfaçatez.
No último contato dele, a resposta foi a seguinte:
– Só eu sei os ‘pobremas’ que ‘tô’ passando aqui, tanto no pessoal como no profissional!
Naquele momento cheguei à conclusão que, ao invés de trabalhar no meu carro, ele devia estar assistindo muito o programa do Faustão…
Mudando de pato para ganso ou melhor de fusca para armário, na mesma época comprei um outro apartamento e precisei, obviamente, de algumas reformas e de um marceneiro.
Nem vou comentar o drama em relação ao empreiteiro, encanadores, gesseiros etc. porque, com certeza todos vocês já devem ter passado por esse tipo de tortura.
Vou me ater ao marceneiro.
Lá se vão 9 meses, isso mesmo, o tempo de um parto, e uma obra que ainda não acabou!
Muitos vão achar que resolvi colocar no apartamento todos os móveis do Castelo de Windsor, mas não, apenas contratei o básico, tais como, armários para os banheiros, mesa e prateleiras para o escritório, bancada e armário na área da churrasqueira, duas portas de correr e só…
A primeira descoberta, depois dos primeiros atrasos, foi de que o marceneiro era do tipo Ultragaz, semana sim semana não! Depois começou o sofrimento com as obras inacabadas, faltando uma ripa aqui, uma tábua ali, um fechamento lá outra acolá.
É fantástico como eles não conseguem se planejar e começar e acabar de uma só vez o móvel em que começaram a instalação. Tenho coisas inacabadas em todos os cômodos do apartamento! Cheguei à conclusão que é uma característica inerente a profissão!
Depois, a minha raiva começou a migrar para aquilo que eles dizem já estar pronto.
A gente começa a analisar o que foi feito e vemos que não vai ter jeito! Vai começar o período das gambiarras.
Todas elas necessárias para dar o devido acabamento em locais em que o corte saiu errado ou a serra escapou ou a parede é inclinada demais e por aí vai. Desculpas não faltam. Nesse ponto eles conhecem todas as palavras e seus sinônimos. Incrível como, nessa hora, descobrimos que os marceneiros são muito bons de português!
Se eu fosse psiquiatra, me especializaria em tratamento pós-traumático de clientes que contrataram algum tipo de serviço de terceiros.
Com certeza clientes não lhe faltariam, se é que ele mesmo, o psiquiatra, não iria precisar dos mesmos préstimos de um outro colega….
José Luiz Ricchetti – 24/06/2022
Desculpem, mas hoje a minha crônica é de desabafo.
Se olharmos no dicionário veremos que o significado da palavra ‘desserviço’ é ação que denota falta de lealdade, perfídia, serviço malfeito que ocasiona prejuízo.
Tenho um velho fusca 1981, que adquiri não só porque foi um dos meus primeiros carros, mas também porque acho o projeto genial dada a sua simplicidade e resistência.
No final de 2019 decidi que era hora de reformá-lo ou melhor restaurá-lo e procurei indicações de uma pessoa que pudesse ter a experiência necessária para fazê-lo.
Encontrada o tal especialista, seguiu o meu fusca em um caminhão reboque para sua oficina, no mês de dezembro, daquele ano.
Depois de comprar inúmeras peças e pagar por várias fases do projeto, continuo implorando, isso mesmo, implorando por notícias e fotos sobre o andamento do restauro e a situação do meu fusca. Lá se vão quase dois anos!
Cheguei no início, até a ficar até com dó do prestador do ‘desserviço’ visto que ele quase matou a sua família inteira. A cada hora ele tinha alguém que ou tinha ficado gravemente ferido ou muito doente ou até morrido. A avó, acho que ele se esqueceu e matou duas vezes…
Também nunca vi um sujeito tão azarado, pois sofreu acidente de carro, pegou covid, teve infarto, caiu do caminhão e vai por aí a fora a quantidade infinita de desculpas esfarrapadas, para adornar a sua incompetência e desfaçatez.
No último contato dele, a resposta foi a seguinte:
– Só eu sei os ‘pobremas’ que ‘tô’ passando aqui, tanto no pessoal como no profissional!
Naquele momento cheguei à conclusão que, ao invés de trabalhar no meu carro, ele devia estar assistindo muito o programa do Faustão…
Mudando de pato para ganso ou melhor de fusca para armário, na mesma época comprei um outro apartamento e precisei, obviamente, de algumas reformas e de um marceneiro.
Nem vou comentar o drama em relação ao empreiteiro, encanadores, gesseiros etc. porque, com certeza todos vocês já devem ter passado por esse tipo de tortura.
Vou me ater ao marceneiro.
Lá se vão 9 meses, isso mesmo, o tempo de um parto, e uma obra que ainda não acabou!
Muitos vão achar que resolvi colocar no apartamento todos os móveis do Castelo de Windsor, mas não, apenas contratei o básico, tais como, armários para os banheiros, mesa e prateleiras para o escritório, bancada e armário na área da churrasqueira, duas portas de correr e só…
A primeira descoberta, depois dos primeiros atrasos, foi de que o marceneiro era do tipo Ultragaz, semana sim semana não! Depois começou o sofrimento com as obras inacabadas, faltando uma ripa aqui, uma tábua ali, um fechamento lá outra acolá.
É fantástico como eles não conseguem se planejar e começar e acabar de uma só vez o móvel em que começaram a instalação. Tenho coisas inacabadas em todos os cômodos do apartamento! Cheguei à conclusão que é uma característica inerente a profissão!
Depois, a minha raiva começou a migrar para aquilo que eles dizem já estar pronto.
A gente começa a analisar o que foi feito e vemos que não vai ter jeito! Vai começar o período das gambiarras.
Todas elas necessárias para dar o devido acabamento em locais em que o corte saiu errado ou a serra escapou ou a parede é inclinada demais e por aí vai. Desculpas não faltam. Nesse ponto eles conhecem todas as palavras e seus sinônimos. Incrível como, nessa hora, descobrimos que os marceneiros são muito bons de português!
Se eu fosse psiquiatra, me especializaria em tratamento pós-traumático de clientes que contrataram algum tipo de serviço de terceiros.
Com certeza clientes não lhe faltariam, se é que ele mesmo, o psiquiatra, não iria precisar dos mesmos préstimos de um outro colega….
José Luiz Ricchetti – 24/06/2022