Crônica: Minha Shangrilá

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cabeca-ricchetti Crônica:  Minha Shangrilá

(Texto produzido e escrito por José Luiz Ricchetti – Foto do site da Prefeitura de São Manuel)

Screenshot_20220531-074924_Gallery-1024x778 Crônica:  Minha Shangrilá

O tempo passa e a saudade dos velhos tempos vividos na cidade em que nasci, São Manuel, só aumenta.

Ouvindo agora no Netflix os versos da linda canção de Almir Sater e Renato Teixeira, “Tocando em Frente” me inspiro para dizer que só vai entender a falta que a cidade natal nos faz quem tiver visto o revoar das suas andorinhas, o cheiro de suas manhãs e o sabor de suas maçãs.

É por isso que me lembro sempre dos bons ventos que arejam suas janelas, acompanhados dos primeiros raios de sol das suas manhãs.

Como posso me esquecer do cair de tarde, das suas ruas de paralelepípedo, dos seus postes de ferro, ruas pouco iluminadas é verdade, mas onde era bom demais correr atrás da bola e brincar de pega-pega, até ver surgir no céu o seu chão de estrelas, junto da velha lua para nos iluminar.

Hoje, quando penso em tudo isso, novamente, bate a saudade, mas fica difícil imaginar, viver tudo de novo, então só resta mesmo rezar, sonhar, amar, agradecer e tocar em frente….

Como esquecer? Do céu laranja com o sol de todos os dias que se deita pouco a pouco até encontrar o chão de terra roxa, para então desaparecer no horizonte como que lhe dando um último beijo.

Como esquecer? Da estrela mais brilhante no céu, a famosa Estrela Dalva que nossas mães sempre diziam para nunca apontar com o dedo, pois uma verruga iria criar.

Terra em que o mundo parece que parou com o badalar do relógio do Paço, mas onde quase tudo parece ter uma razão. Terra de gente boa, de heróis a atletas, de músicos a cantores, de escritores a poetas.

Terra de muitos e velhos políticos eleitos, nem todos agradecidos, mas Terra onde tem um lindo coreto e um antigo jardim e onde tem também palmeiras imperiais onde cantam nossos sabiás.

Terra de comércio de famílias tradicionais, Terra de grandes fazendas de café, Terra de casas antigas, todas com quintal, com laranjeiras, mangueiras, goiabeiras e até pés de jatobá. Terra de muitos imigrantes. Terra de grandes amigos.

Terra de famílias inteiras com muitos filhos, irmãos, tios, avós e bisavós. Terra de gente hospitaleira, de bons comerciantes, de donas do lar, de alfaiates e doutores, mas também de tias doceiras e tias costureiras.

Terra de quatros estações exatas, com outono, inverno, primavera e verão. Terra de revoada de içás e aleluias.
Terra onde o tempo parece esperar de que tudo se resolva logo e tudo volte ao seu devido lugar.
Terra de casas com portas abertas, na espera da saúde e da sorte entrar.

Então, me vejo cantarolando novamente os versos da canção “Tocando em Frente”, para parafraseá-la e dizer que:
Saudades da minha Terra onde é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir, é preciso a chuva para poder florir.

Saudades da minha Terra em que todo mundo ama um dia, todo mundo chora. Terra em que um dia a gente chega e no outro vai embora….

Terra em que para amá-la é preciso conhecer as suas manhãs, é preciso conhecer o sabor de suas maçãs!

José Luiz Ricchetti – 10/03/2022

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(Texto produzido e escrito por José Luiz Ricchetti – Foto do site da Prefeitura de São Manuel)

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O tempo passa e a saudade dos velhos tempos vividos na cidade em que nasci, São Manuel, só aumenta.

Ouvindo agora no Netflix os versos da linda canção de Almir Sater e Renato Teixeira, “Tocando em Frente” me inspiro para dizer que só vai entender a falta que a cidade natal nos faz quem tiver visto o revoar das suas andorinhas, o cheiro de suas manhãs e o sabor de suas maçãs.

É por isso que me lembro sempre dos bons ventos que arejam suas janelas, acompanhados dos primeiros raios de sol das suas manhãs.

Como posso me esquecer do cair de tarde, das suas ruas de paralelepípedo, dos seus postes de ferro, ruas pouco iluminadas é verdade, mas onde era bom demais correr atrás da bola e brincar de pega-pega, até ver surgir no céu o seu chão de estrelas, junto da velha lua para nos iluminar.

Hoje, quando penso em tudo isso, novamente, bate a saudade, mas fica difícil imaginar, viver tudo de novo, então só resta mesmo rezar, sonhar, amar, agradecer e tocar em frente….

Como esquecer? Do céu laranja com o sol de todos os dias que se deita pouco a pouco até encontrar o chão de terra roxa, para então desaparecer no horizonte como que lhe dando um último beijo.

Como esquecer? Da estrela mais brilhante no céu, a famosa Estrela Dalva que nossas mães sempre diziam para nunca apontar com o dedo, pois uma verruga iria criar.

Terra em que o mundo parece que parou com o badalar do relógio do Paço, mas onde quase tudo parece ter uma razão. Terra de gente boa, de heróis a atletas, de músicos a cantores, de escritores a poetas.

Terra de muitos e velhos políticos eleitos, nem todos agradecidos, mas Terra onde tem um lindo coreto e um antigo jardim e onde tem também palmeiras imperiais onde cantam nossos sabiás.

Terra de comércio de famílias tradicionais, Terra de grandes fazendas de café, Terra de casas antigas, todas com quintal, com laranjeiras, mangueiras, goiabeiras e até pés de jatobá. Terra de muitos imigrantes. Terra de grandes amigos.

Terra de famílias inteiras com muitos filhos, irmãos, tios, avós e bisavós. Terra de gente hospitaleira, de bons comerciantes, de donas do lar, de alfaiates e doutores, mas também de tias doceiras e tias costureiras.

Terra de quatros estações exatas, com outono, inverno, primavera e verão. Terra de revoada de içás e aleluias.
Terra onde o tempo parece esperar de que tudo se resolva logo e tudo volte ao seu devido lugar.
Terra de casas com portas abertas, na espera da saúde e da sorte entrar.

Então, me vejo cantarolando novamente os versos da canção “Tocando em Frente”, para parafraseá-la e dizer que:
Saudades da minha Terra onde é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir, é preciso a chuva para poder florir.

Saudades da minha Terra em que todo mundo ama um dia, todo mundo chora. Terra em que um dia a gente chega e no outro vai embora….

Terra em que para amá-la é preciso conhecer as suas manhãs, é preciso conhecer o sabor de suas maçãs!

José Luiz Ricchetti – 10/03/2022

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