Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti
Passado mais um Dia das Mães, é natural que todos nós tenhamos nos recordado de passagens, de momentos e de fatos vivenciados com nossas mães, estejam ela aqui presentes ou em outras dimensões.
Uma das coisas inerentes a qualquer mãe são as broncas que merecidamente levamos no decorrer da nossa vida…
Quem de nós que não ouviu alguma vez, da sua mãe, as frases:
-Leve o guarda-chuva que vai chover!
-Leve uma blusa que vai esfriar!
-Não achou? Quer apostar que vou aí e acho!
-Por que você não atende o celular?
-No dia que eu sumir quero ver você se virar!
-Tudo eu! Tudo eu! Quero ver quando eu não estiver mais aqui!
-Pode deixar que em casa a gente conversa!
-Me responde de novo assim, que eu quebro seus dentes!
-Você é igualzinho ao seu pai!
-Quando eu tinha a sua idade eu já trabalhava e estudava!
-Eu avisei, não avisei? Quando a mãe fala….
-Nunca mais eu compro alguma coisa pra você!
-Com quem pensa que está falando? Não sou nenhum dos seus amigos!
-Esqueceu? Só não esquece a cabeça porque está grudada no corpo!
-Nem me peça mais nada hoje!
-Vai sair com quem? Quem é? Filho de quem?
-Só vou contar até três!
-Chorando por quê? Engole o choro menino!
-Quer apanhar? Vem cá que lhe dou motivo pra chorar de verdade!
-Vai lavar a louça! Vai fazer alguma coisa pra me ajudar!
-Levanta essa bunda da cadeira e sai desse computador!
-Venha comer senão vai esfriar!
-Vai tomar banho!
-Vai dormir que amanhã cedo tem aula!
– Levanta que já é tarde!
-Quando você for dono do seu nariz, você faz o que quiser!
-Enquanto estiver morando na minha casa você faz o que eu mandar!
-Não importa se todos tiraram nota baixa, eu não sou a mãe de todos!
-Isso aqui não é um quarto, é um chiqueiro! Arrume essa bagunça!
-Um dia você vai ter filhos e aí vai ver o quanto é bom pra tosse!
-Quando você tiver seus filhos você vai me agradecer.
-Você achou isso aqui? Não? Então vá guardar no lugar certo!
-Onde esteve? Parece um porco! Vá tomar um banho!
-Vem aqui agora! Se você não vier, vai ser pior!
-Você acha que eu sou sua empregada?
-Quando eu morrer você vai aprender a dar valor!
-Ninguém me ouve nessa casa!
-Quem você pensa que é? você não é todo mundo!
-Vou pensar no seu caso…
-Quantas vezes eu vou ter que repetir isso?
-Não é depois, é agora!
-Você quer me matar de susto?
-Você acha que eu sou uma de suas amigas?
-Eu não sou mãe dos seus amigos
-Você não é todo mundo
-Não vai me ajudar? Saiba que a sua amiga ajuda a mãe dela!
-Eu espero que um dia você tenha filho igual a você!
-Quando chegar em casa a gente conversa
-Vá botar um chinelo! Olha o frio no pé!
-Não faz mais do que sua obrigação!
-Se eu for até aí e achar vou esfregar na sua cara!
-Ai de você se deixar alguma coisa fora do lugar!
-Não assista TV de perto que estraga a vista!
-Desembucha menino! O que você quer?
-Enquanto você morar na minha casa, você não é o dono do seu nariz!
-Apague essa luz que eu não sou dona da Eletropaulo!
-Ninguém me ajuda nesta casa!
-Um dia você vai sentir minha falta!
-Por acaso você acha que está escrito “banco” aqui na minha testa?
-Você pensa que dinheiro é capim?
-Quer apanhar de cinta?
-Olha a boca suja!
-Vou lavar a sua boca com pimenta!
-Não grite comigo!
-A comida está na mesa! Não vou chamar duas vezes!
-Me respeite, que sou sua mãe!
Nos passa um filme na nossa cabeça, não é? Revemos tantas coisas, tantos momentos que até dá vontade de chorar…
O fato é que, mesmo com todas essas broncas, por vezes duras, quem de nós não sente aquela saudade? Quem de nós não se lembra ou revive, na mente, uma cena em particular?
Assim eram nossas queridas mães, nos bons tempos em que éramos crianças.
Elas eram firmes, duras talvez, mas sabiam como ninguém o que era melhor para cada um de nós. Elas sabiam educar!
E diga-se, nenhum de nós precisou ir ao psiquiatra ou ficou eternamente marcado por algum trauma, por ter recebido qualquer uma dessas brocas.
Quem não gostaria de ouvir agora, neste exato momento, sua mãe dando qualquer uma dessas broncas?
Com certeza todos nós daríamos tudo para ouvi-las novamente.
Os que têm a felicidade da mãe presente, também vão ter a mesma saudade, porque, com certeza, ela já não deve ter a mesma vitalidade, a mesma força na voz, a mesma certeza de todas as coisas… Ou porque já deve estar com idade avançada ou porque os tempos são outros…
Aqueles que já não tem a felicidade de ter a mãe presente vão juntar essa saudade com todas as demais, que com certeza, ainda hoje lhe povoam a mente.
O fato é que todas essas broncas eram broncas vindas do coração, broncas que nos lapidavam a alma, broncas que nos envolviam com amor e proteção!
Só uma bronca de mãe educa, ensina, dá limites e cria valores!
Bronca de mãe não é uma coisa qualquer! Bronca de mãe é sim um grande presente que permanece tatuada na alma e que ecoa ainda hoje no nosso coração! Graças a Deus!
José Luiz Ricchetti – 11/05/2022