Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti
No hebraico, a palavra bênção (baarah) vem de uma raiz (barakeh, beirakheh) que significa ajoelhar, abençoar, exaltar, agradecer, felicitar, saudar.
Tanto no hebraico quanto no grego a palavra ‘benção’ também apresenta um sentido de concessão de alguma coisa material, porém é na sua forma grega que ela acrescenta os valores espirituais da ação de benzer, fazer um favor divino, dar graças.
Meus pais sempre me ensinaram a respeitar os mais velhos, coisa em desuso hoje em dia, diga-se de passagem.
Mas o ato de pedir a benção sempre fez parte da minha educação. Era normal, até o começo da minha adolescência que eu beijasse a mão dos meus avós, toda vez que os encontrava, como prova de respeito e para pedir a benção.
Em casa, na hora de dormir, mesmo quando ainda éramos grandes, eu e meus irmãos, pedíamos a benção aos nossos pais, antes de irmos para a cama. Hoje, graças a Deus, mantenho a tradição com minha filhinha de 6 anos, já que sou pai-avô.
Também tive o tempo em que frequentava missas e aguardava a benção final do padre, para então irmos todos abençoados para casa ou então quando passei a ter meu próprio carro, benzer o carro novo, sempre foi uma tradição que mantenho indo benzê-los na Igreja de São Judas em São Paulo.
Anos mais tarde me tornei espiritualista. Era então o momento de semanalmente ir ao centro espírita para receber um passe dado por algum médium, o que também significa equalizar as energias e receber uma benção.
Assim, aprendi a abençoar sempre por todas as coisas da minha vida, seja tudo que tenho, seja tudo que acontece, mesmo quando alguém me diz que é coisa ruim.
Hoje tenho a convicção de que nada é ruim nesta vida, tudo tem um significado, um sentido, um aprendizado, uma lição.
É por isso que abençoo sempre:
O novo dia que amanhece
Tudo o que recebi da vida
A família que nasci e a que tenho hoje
Aqueles que me ignoram, sem mesmo saber o porquê
Os que dão excessivo valor aos bens materiais
Os que gostam de humilhar, quando estão com algum poder
Os que tendo estudo, se acham melhores do que os que não têm
Os que sendo ricos, só conseguem ver algum valor na riqueza
Aquele que sendo pobre, se revolta por causa dessa sua situação
As pessoas da família, mesmo quando pensam diferente de mim
Aqueles que parecem estar felizes, mas que sofrem na dor
A todos os que parecem estar infelizes, por amargura ou desamor
Aos jovens de hoje, desorientados e frustrados com a vida
A todas as crianças, porque desconhecem o que ainda lhes reserva o futuro deste mundo.
E sigo em frente….
A experiência humana, neste mundo, necessita muito mais, dos que abençoam e distribuem o amor, do que daqueles que só sabem maldizer e reprovar tudo o que lhes surge pela frente.
Se você se deparar com dificuldades, com as fraquezas humanas, com a convivência, as vezes necessária, com os pobres de espírito, não se preocupe.
Abençoa e segue…
Como já nos disse, há mais de 2000 anos atrás, aquele que nos ensinou a amar, perdoe sempre, mas não somente 7 vezes, mas sim 70 x 7. Abençoa e segue…
E quando, no seu caminho for necessário verter lágrimas, nunca se esqueça que as mesmas lágrimas que carregam no seu bojo o sal amargo da dor, carregam também a água que a tudo lava e a tudo purifica.
Abençoa e segue!
José Luiz Ricchetti – 26/04/2022