Artigo: Churrascaria Ki-brasa

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cabeca-ricchetti Artigo: Churrascaria Ki-brasa

Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti

A churrascaria Ki-Brasa fez época na juventude de São Manuel, minha cidade natal. Quem viveu a adolescência nessa época, nos idos dos anos 60/70, sabe muito bem do que estou falando.

image-13 Artigo: Churrascaria Ki-brasa

Por ela passaram várias bandas e vários artistas que hoje fariam sucesso em qualquer lugar se houvessem quem os encaminhasse, na época, pelos caminhos das gravadoras, mas naqueles anos dourados as oportunidades para isso eram bastante restritas….

Quem não se lembra das ‘brincadeiras dançantes’ (hoje chamadas de baladas) que aconteciam logo após a última sessão de cinema no Cine São Manuel, aos sábados e domingos. Cinema, que vale a pena rememorar, onde os homens só entravam se estivessem vestidos de paletó e gravata e as mulheres não podiam ir de calça comprida.

Como esquecer das diversas bandas e artistas que por lá passaram, como ‘Paulinho e seus Black Blouses’, o cantor Alberto, a cantora Admilde, o Décinho Martorelli, o Tonny Prado, além da Banda do Brahma com Tostão na bateria e mais De Paula, Guigo Tirapele e Esfran que completavam o time entre baixos e guitarras.

Depois tivemos também a época do então jovem Bilico, do Blanco e tantos outros que fizeram daquelas brincadeiras dançantes a melhor de todos os tempos, da cidade e da região.

E o auge foram os shows com artistas que depois ficaram bem famosos, tais como Sérgio Reis, Deno e Dino, Jerry Adriani, Demétrius, Os Vips, Francisco Petrônio.

O fato era que logo após a sessão de cinema no sábado e domingos todos os jovens se encaminhavam para a Ki-Brasa para curtir as brincadeiras dançantes, ver e ser visto, paquerar como dizíamos na época.

O fato é que inúmeros casamentos começaram lá….

O salão era relativamente grande com umas 40 mesas, e na parte lateral, onde ficavam os banheiros era aberta. O balcão do bar, o palco e a cozinha ficavam nessa ordem, do lado esquerdo do prédio, sendo que para adentrar o salão havia uma pequena escada de três degraus para superar o pequeno desnível.

A Ki-Brasa que foi fundada pelo Rafa Melillo e Rubens Bertozo, auxiliados pelos filhos Rubinho e Renê. Mais tarde assumiu a churrascaria o inesquecível Mauro de Oliveira.

A cozinha começo sendo comandada pela D. Priscila que tinha sob seu comando a Maria, o Sertãozinho e o simpático cozinheiro Colé, que hoje seria chamado de chefe de cozinha. O Colé, que daquela janelinha da cozinha, aparecia sempre sorridente, para acenar para todos que adentravam o salão principal. 

O que pouca gente sabe é que o nome ‘Kibrasa’ não foi adotado ao acaso, mas foi objeto de um concurso entre os futuros clientes que enviaram suas sugestões. Na época elas foram analisadas pelos proprietários que optaram pela melhor que então passou a denominar o novo local de lazer da juventude manuelina.

A vencedora do concurso foi a nossa amiga e conterrânea Ana Maria Isique e o grande prêmio ao vencedor era uma semana de jantar grátis.

Mas a Ana ao invés de escolher jantar todos os dias da semana, preferiu fazer uma troca e ter um único jantar, envolvendo toda a família.

Uma testemunha, me confidenciou, que presenciou na ocasião a reunião no dia previsto para o jantar, entre a D. Priscila e o Chefe Colé, quando souberam que a nossa ganhadora, queria trocar os jantares por um só com a família…

“- Colé como vamos fazer? E se vier o Mané e o Sr. Isique para esse jantar? Você sabe que eles são avantajados e devem comer pra caramba!

– Aiiii D. Priscila, sem sei o que pensar. Deus nos acuda!

– Temos comida suficiente? A Ana Maria me disse que virão ela e mais 7 pessoas da família!

– Quê??? 8 pessoas??? E vem o Mané Isique? ‘Santa Maria Gorete de Paiva’, vai ser uma loucuraaaaa!

– Já encomendou a carne no açougue do Benjamim? E o pintado na Barra Bonita?

Ihhh Sei não! Acho que vou pedir mais carne pro Seu Benjami Augusto, senão não vai dar!

– Meus Deus, me lembrei que ainda nem passei minha roupa de chefe, tenho que engomar o meu “dólmã” (avental de chefe) e o “toque blanche” (chapéu de chefe)! Vou pra casa agorinha!

– O quê? Não vai não Colé! Primeiro você tem que ver com o Benjamim o reforço da carne e confirmar se vai chegar o pintado em postas, lá da peixaria da Barra Bonita, para o churrasco na brasa.

– Ah! Outra coisa, você já confirmou também com o Brahma se ele vem com sua banda tocar?

– Tudo eu, tudo eu, tudo eu!!!! Affff….  Vou arrancar meus cabelos!”

Naquela noite o jantar correu às mil maravilhas e a Ana Maria e toda a sua família saiu de lá extremamente contente com o lauto banquete preparado pelo competente Colé, ao som do Brahma e sua turma.

No final do jantar duas pessoas não cabiam mais em si de tão felizes.

A primeira era o Mané Isique que tinha mandado ver dois belos espetos, um misto de filé mignon, alcatra e linguiça e um outro com pintado em postas, assado na brasa.

A segunda pessoa feliz da vida, era o Colé, por ter conseguido preparar com sucesso o jantar e por ter recebido inúmeros elogios da família Isique.

Aquela mesma testemunha que presenciou o primeiro diálogo, me disse, que no final daquela noite, assim que todos se foram, ele ouviu o Colé, com as duas mãos na cintura, comentar:

– Ai D. Priscila, nem sei o que dizer! Estou emocionadíssimo!

– Que noite de gala! Meu jantar foi um sucesso!

– Yessss !!!

José Luiz Ricchetti

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Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti

A churrascaria Ki-Brasa fez época na juventude de São Manuel, minha cidade natal. Quem viveu a adolescência nessa época, nos idos dos anos 60/70, sabe muito bem do que estou falando.

image-13 Artigo: Churrascaria Ki-brasa

Por ela passaram várias bandas e vários artistas que hoje fariam sucesso em qualquer lugar se houvessem quem os encaminhasse, na época, pelos caminhos das gravadoras, mas naqueles anos dourados as oportunidades para isso eram bastante restritas….

Quem não se lembra das ‘brincadeiras dançantes’ (hoje chamadas de baladas) que aconteciam logo após a última sessão de cinema no Cine São Manuel, aos sábados e domingos. Cinema, que vale a pena rememorar, onde os homens só entravam se estivessem vestidos de paletó e gravata e as mulheres não podiam ir de calça comprida.

Como esquecer das diversas bandas e artistas que por lá passaram, como ‘Paulinho e seus Black Blouses’, o cantor Alberto, a cantora Admilde, o Décinho Martorelli, o Tonny Prado, além da Banda do Brahma com Tostão na bateria e mais De Paula, Guigo Tirapele e Esfran que completavam o time entre baixos e guitarras.

Depois tivemos também a época do então jovem Bilico, do Blanco e tantos outros que fizeram daquelas brincadeiras dançantes a melhor de todos os tempos, da cidade e da região.

E o auge foram os shows com artistas que depois ficaram bem famosos, tais como Sérgio Reis, Deno e Dino, Jerry Adriani, Demétrius, Os Vips, Francisco Petrônio.

O fato era que logo após a sessão de cinema no sábado e domingos todos os jovens se encaminhavam para a Ki-Brasa para curtir as brincadeiras dançantes, ver e ser visto, paquerar como dizíamos na época.

O fato é que inúmeros casamentos começaram lá….

O salão era relativamente grande com umas 40 mesas, e na parte lateral, onde ficavam os banheiros era aberta. O balcão do bar, o palco e a cozinha ficavam nessa ordem, do lado esquerdo do prédio, sendo que para adentrar o salão havia uma pequena escada de três degraus para superar o pequeno desnível.

A Ki-Brasa que foi fundada pelo Rafa Melillo e Rubens Bertozo, auxiliados pelos filhos Rubinho e Renê. Mais tarde assumiu a churrascaria o inesquecível Mauro de Oliveira.

A cozinha começo sendo comandada pela D. Priscila que tinha sob seu comando a Maria, o Sertãozinho e o simpático cozinheiro Colé, que hoje seria chamado de chefe de cozinha. O Colé, que daquela janelinha da cozinha, aparecia sempre sorridente, para acenar para todos que adentravam o salão principal. 

O que pouca gente sabe é que o nome ‘Kibrasa’ não foi adotado ao acaso, mas foi objeto de um concurso entre os futuros clientes que enviaram suas sugestões. Na época elas foram analisadas pelos proprietários que optaram pela melhor que então passou a denominar o novo local de lazer da juventude manuelina.

A vencedora do concurso foi a nossa amiga e conterrânea Ana Maria Isique e o grande prêmio ao vencedor era uma semana de jantar grátis.

Mas a Ana ao invés de escolher jantar todos os dias da semana, preferiu fazer uma troca e ter um único jantar, envolvendo toda a família.

Uma testemunha, me confidenciou, que presenciou na ocasião a reunião no dia previsto para o jantar, entre a D. Priscila e o Chefe Colé, quando souberam que a nossa ganhadora, queria trocar os jantares por um só com a família…

“- Colé como vamos fazer? E se vier o Mané e o Sr. Isique para esse jantar? Você sabe que eles são avantajados e devem comer pra caramba!

– Aiiii D. Priscila, sem sei o que pensar. Deus nos acuda!

– Temos comida suficiente? A Ana Maria me disse que virão ela e mais 7 pessoas da família!

– Quê??? 8 pessoas??? E vem o Mané Isique? ‘Santa Maria Gorete de Paiva’, vai ser uma loucuraaaaa!

– Já encomendou a carne no açougue do Benjamim? E o pintado na Barra Bonita?

Ihhh Sei não! Acho que vou pedir mais carne pro Seu Benjami Augusto, senão não vai dar!

– Meus Deus, me lembrei que ainda nem passei minha roupa de chefe, tenho que engomar o meu “dólmã” (avental de chefe) e o “toque blanche” (chapéu de chefe)! Vou pra casa agorinha!

– O quê? Não vai não Colé! Primeiro você tem que ver com o Benjamim o reforço da carne e confirmar se vai chegar o pintado em postas, lá da peixaria da Barra Bonita, para o churrasco na brasa.

– Ah! Outra coisa, você já confirmou também com o Brahma se ele vem com sua banda tocar?

– Tudo eu, tudo eu, tudo eu!!!! Affff….  Vou arrancar meus cabelos!”

Naquela noite o jantar correu às mil maravilhas e a Ana Maria e toda a sua família saiu de lá extremamente contente com o lauto banquete preparado pelo competente Colé, ao som do Brahma e sua turma.

No final do jantar duas pessoas não cabiam mais em si de tão felizes.

A primeira era o Mané Isique que tinha mandado ver dois belos espetos, um misto de filé mignon, alcatra e linguiça e um outro com pintado em postas, assado na brasa.

A segunda pessoa feliz da vida, era o Colé, por ter conseguido preparar com sucesso o jantar e por ter recebido inúmeros elogios da família Isique.

Aquela mesma testemunha que presenciou o primeiro diálogo, me disse, que no final daquela noite, assim que todos se foram, ele ouviu o Colé, com as duas mãos na cintura, comentar:

– Ai D. Priscila, nem sei o que dizer! Estou emocionadíssimo!

– Que noite de gala! Meu jantar foi um sucesso!

– Yessss !!!

José Luiz Ricchetti

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