Artigo: Apelidos são só para os outros?

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(Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti)

cabeca-ricchetti Artigo: Apelidos são só para os outros?

Um dia, lá para trás no tempo, na minha cidade natal de São Manuel, me levantei bem cedo.

Fui comprar um litro de leite na Leiteria do Litério que por razões obvias ganhou o apelido de ‘Celso Leiteiro’. Depois desci até o sapateiro ‘Gato Russo’ para botar um salto carrapeta no meu borzeguim velho, mas de couro por inteiro.

image-10 Artigo: Apelidos são só para os outros?

Descendo a rua, dei bom dia para o ‘Rafa’ e o ‘Babeche’ ali na frente da Casa Melillo e segui em frente para comprar pão no Benedetti, do amigo ‘Padeirinho’ que me serviu uma broa de milho, enquanto batia papo com o ‘Tufão’ e o ‘Maninho’.

Subi em direção ao jardim e passando em frente ao cinema velho vi o ‘Seu Manuel da Groselha’ atrás do balcão de cimento. Parado bem na frente estava o ‘Roque Carroceiro’, vendendo frutas, o ‘Dito Pamonha’ e o ‘João Pipoqueiro’ aproveitando pra vender os quitutes do momento.

Segui em frente para comer goela abaixo um pastel do ‘Alemão Pasteleiro’. Em seguida comprei um jornal no ‘Cid Jornaleiro’, e aproveitei para comprar um perfume novo, pra botar banca pras meninas, vendido lá mesmo pelo amigo ‘Joãozinho da Banca’.

Fui então para o outro lado da rua e entrei no jardim, quando vi o ‘Lata D’água’, o ‘Quinze’ e o ‘Alicate’ conversando animados na frente da Coletoria. Olhando na direção do coreto vi meus amigos especiais, o ‘Mingo’, o ‘Badida’, o ‘Berto’ e o ‘Gibe’, pulando a banda, com alegria.

Não resisti e segui mais ainda a frente para comprar um sorvete de creme holandês, com o ‘Nenê Sorveteiro’ enquanto via o ‘Pavio’ encher de fluido sua binga e comprar palha e fumo de corda no balcão da frente, com o ‘Chiquinho Charuteiro’.

Desci a rua e na frente da Casa Ricchetti encontrei uma rodinha de contadores de piadas, eram o ‘Marcos da Farmácia’, o ‘Tachinha’, o ‘Chico Padre’, o ‘Gordo’ e o ‘Zé Bigode’ enquanto do outro lado da rua, podia ver discutindo futebol, o ‘Pavão’, o Zé do Paco e o ‘Bodinho’.

Vi também uma turminha da rua XV, ia na frente o ‘Zé Peroba’, depois vinha o ‘Tuca’, o ‘Maneta’ e o Zé Banana’ que levavam a bola de capotão embaixo do braço, enquanto mais atrás vinha outra turma, em disparada, que reunia o ‘Maria Louca’, o ‘Prensa’, o ‘Cabeção’, o ‘Pelé’, o Cuco, o ‘Pesão’ e o ‘Nike dedo de aço’.

Mais no final de tarde, encontrei na porta da churrascaria KiBrasa o ‘Bafo’, o ‘Baiano’, o ‘Dadá’, o ‘Lica’ e o ‘Zeca’ todos tentando descobrir o que diziam o Mané, o ‘Tãn Tãn’ e o Socó, enquanto isso lá dentro, comiam um filé, feito pelo Colé, o ‘Omelete’, o ‘Bia’, o ‘Mané Rosca’ e o ‘Pinhé’.

Terminei o dia encontrando mais um monte de pessoas, todas também com apelidos e depois ainda acabei me lembrando de tantas outras que há muito tempo não via. Alguns calçavam paragatas outros botinas de sola de pneu e outros calças pula rego com suspensórios. Mas ainda tinham muitos apelidos e então resolvi colocá-los em ordem alfabética:

Alemão Pasteleiro, Alicate, Anizio Botina, Arnaldão, Arnaldinho, Babá, Babeche, Badida, Badula, Bafo, Baiano, Baixinho, Barbeirinho, Benzoca, Berto, Betão, Beto, Bia, Bilico, Bisqui, Bodão, Bodinho, Boiadeiro, Borracha, Brahma, Branquinho, Brasa, Broa, Buda, Bugio, Burro Branco, Cabeção, Cacai, Cacaio, Caco, Cal Maneta Cal, Cano, Cebolinha, Celso Leiteiro, Chicão, Chico Padre, Chico, China, Chiquinho Charuteiro, Chiquinho, Chiquitim, Chupetão, Cid Jornaleiro, Coió, Colé, Colorido, Comunista, Condinho, Cordão, Corró, Creedence, Cuca, Cuco, Curió, Dadá, Dito Pamonha, Elcio Borracheiro, Escovão, Escovinha, Esguicho, Expressinho, Faísca, Foguinho, Foto Rádio, Fubá, Fuca, Funché, Gaguinho, Gato Russo,Gegênio, Geléia, Geninho, Gera, Gibe, Gordinho, Gordo, Gravatinha, Grego, Guarda Belo, Guido, Irmãos Metralha, Jacaré, Jahú, João Coragem, João da Banca, João Pinho, João Pipoqueiro, João Vermelho, Juca Bala, Kakulé, Kiki, Lafa, Lalau, Lata D’água, Lelé, Lica, Limão, Lixa, Lua, Lula, Madame, Magrelo, Mandarová, Mané, Mané Groselha, Mané Rosca, Maninho, Marcos da Farmácia, Maria Louca, Marinho, Marreco, Miguel da Água, Mingo, Mixirica, Mortadela, Nanim, Natão, Neco Bagunça, Nenê Sorveteiro, Nenê, Nhá Zoca, Nhapa, Nike , Olivia Palito, Omelete, Paçoca, Padeirinho, Padeirinha, Palmito, Pastéis, Paulão, Paulinho, Paulito, Pavão, Pavio, Pedrão, Pelé, Pepo, Peru, Pesão, Pina, Pinduca, Pinhé, Pinhó, Pio, Pito, Pitoco Lara, Pivão, Prensa, Pudim, Quatro Zóio, Quinze, Rafa, Ramona, Rato Branco, Rodela, Roque Carroceiro, Sapatão, Sargento Garcia, Socó, Tachinha, Tãn Tãn, Terry Thomas, Teté, Tica, Tico, Tiririca, Titão, Titular, Tiziu, Trinta do Taxi, Tuca, Tufão,Tunga, Turcão, Twenty, Vavá, Vicente da Chácara, Vuka, Zé Azur, Zé Banana, Zé Barbeiro, Zé Bicudo, Zé Bigode, Zé Bode, Zé Bonitinho, Zé Caneca, Zé da enxada, Zé da Farmácia, Zé da Galera, Zé da Pamonha, Zé do Paco, Zé do Pito, Zé do Rádio, Zé Mole, Zé Mosca, Zé Peroba, Zé Russo, Zé, Zeca, Zelão, Zequinha do Taxi, Zezão, Zezinho, Zezito, Zezo e Zorro,

Deu para ver que depois desse meu périplo por esta plagas                                                                                             Todos os apelidos quando bem dados, pegam, como se fossem pragas.

Mas ressalve-se que, apelido é como “biografia não autorizada’, se for para os outros qualquer coisa serve, mas se for para nós, tem que ser de boa verve!

E nem vem você me dizer que não tem nenhum!

Pois até a nossa cidade tem um

E se quiser, pode escolher o apelido dela pra mim

‘Princezinha da Sorocabana’ ou ‘Terra do Guim-Guim’!

José Luiz Ricchetti – 19/04/2022

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(Texto criado e escrito por José Luiz Ricchetti)

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Um dia, lá para trás no tempo, na minha cidade natal de São Manuel, me levantei bem cedo.

Fui comprar um litro de leite na Leiteria do Litério que por razões obvias ganhou o apelido de ‘Celso Leiteiro’. Depois desci até o sapateiro ‘Gato Russo’ para botar um salto carrapeta no meu borzeguim velho, mas de couro por inteiro.

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Descendo a rua, dei bom dia para o ‘Rafa’ e o ‘Babeche’ ali na frente da Casa Melillo e segui em frente para comprar pão no Benedetti, do amigo ‘Padeirinho’ que me serviu uma broa de milho, enquanto batia papo com o ‘Tufão’ e o ‘Maninho’.

Subi em direção ao jardim e passando em frente ao cinema velho vi o ‘Seu Manuel da Groselha’ atrás do balcão de cimento. Parado bem na frente estava o ‘Roque Carroceiro’, vendendo frutas, o ‘Dito Pamonha’ e o ‘João Pipoqueiro’ aproveitando pra vender os quitutes do momento.

Segui em frente para comer goela abaixo um pastel do ‘Alemão Pasteleiro’. Em seguida comprei um jornal no ‘Cid Jornaleiro’, e aproveitei para comprar um perfume novo, pra botar banca pras meninas, vendido lá mesmo pelo amigo ‘Joãozinho da Banca’.

Fui então para o outro lado da rua e entrei no jardim, quando vi o ‘Lata D’água’, o ‘Quinze’ e o ‘Alicate’ conversando animados na frente da Coletoria. Olhando na direção do coreto vi meus amigos especiais, o ‘Mingo’, o ‘Badida’, o ‘Berto’ e o ‘Gibe’, pulando a banda, com alegria.

Não resisti e segui mais ainda a frente para comprar um sorvete de creme holandês, com o ‘Nenê Sorveteiro’ enquanto via o ‘Pavio’ encher de fluido sua binga e comprar palha e fumo de corda no balcão da frente, com o ‘Chiquinho Charuteiro’.

Desci a rua e na frente da Casa Ricchetti encontrei uma rodinha de contadores de piadas, eram o ‘Marcos da Farmácia’, o ‘Tachinha’, o ‘Chico Padre’, o ‘Gordo’ e o ‘Zé Bigode’ enquanto do outro lado da rua, podia ver discutindo futebol, o ‘Pavão’, o Zé do Paco e o ‘Bodinho’.

Vi também uma turminha da rua XV, ia na frente o ‘Zé Peroba’, depois vinha o ‘Tuca’, o ‘Maneta’ e o Zé Banana’ que levavam a bola de capotão embaixo do braço, enquanto mais atrás vinha outra turma, em disparada, que reunia o ‘Maria Louca’, o ‘Prensa’, o ‘Cabeção’, o ‘Pelé’, o Cuco, o ‘Pesão’ e o ‘Nike dedo de aço’.

Mais no final de tarde, encontrei na porta da churrascaria KiBrasa o ‘Bafo’, o ‘Baiano’, o ‘Dadá’, o ‘Lica’ e o ‘Zeca’ todos tentando descobrir o que diziam o Mané, o ‘Tãn Tãn’ e o Socó, enquanto isso lá dentro, comiam um filé, feito pelo Colé, o ‘Omelete’, o ‘Bia’, o ‘Mané Rosca’ e o ‘Pinhé’.

Terminei o dia encontrando mais um monte de pessoas, todas também com apelidos e depois ainda acabei me lembrando de tantas outras que há muito tempo não via. Alguns calçavam paragatas outros botinas de sola de pneu e outros calças pula rego com suspensórios. Mas ainda tinham muitos apelidos e então resolvi colocá-los em ordem alfabética:

Alemão Pasteleiro, Alicate, Anizio Botina, Arnaldão, Arnaldinho, Babá, Babeche, Badida, Badula, Bafo, Baiano, Baixinho, Barbeirinho, Benzoca, Berto, Betão, Beto, Bia, Bilico, Bisqui, Bodão, Bodinho, Boiadeiro, Borracha, Brahma, Branquinho, Brasa, Broa, Buda, Bugio, Burro Branco, Cabeção, Cacai, Cacaio, Caco, Cal Maneta Cal, Cano, Cebolinha, Celso Leiteiro, Chicão, Chico Padre, Chico, China, Chiquinho Charuteiro, Chiquinho, Chiquitim, Chupetão, Cid Jornaleiro, Coió, Colé, Colorido, Comunista, Condinho, Cordão, Corró, Creedence, Cuca, Cuco, Curió, Dadá, Dito Pamonha, Elcio Borracheiro, Escovão, Escovinha, Esguicho, Expressinho, Faísca, Foguinho, Foto Rádio, Fubá, Fuca, Funché, Gaguinho, Gato Russo,Gegênio, Geléia, Geninho, Gera, Gibe, Gordinho, Gordo, Gravatinha, Grego, Guarda Belo, Guido, Irmãos Metralha, Jacaré, Jahú, João Coragem, João da Banca, João Pinho, João Pipoqueiro, João Vermelho, Juca Bala, Kakulé, Kiki, Lafa, Lalau, Lata D’água, Lelé, Lica, Limão, Lixa, Lua, Lula, Madame, Magrelo, Mandarová, Mané, Mané Groselha, Mané Rosca, Maninho, Marcos da Farmácia, Maria Louca, Marinho, Marreco, Miguel da Água, Mingo, Mixirica, Mortadela, Nanim, Natão, Neco Bagunça, Nenê Sorveteiro, Nenê, Nhá Zoca, Nhapa, Nike , Olivia Palito, Omelete, Paçoca, Padeirinho, Padeirinha, Palmito, Pastéis, Paulão, Paulinho, Paulito, Pavão, Pavio, Pedrão, Pelé, Pepo, Peru, Pesão, Pina, Pinduca, Pinhé, Pinhó, Pio, Pito, Pitoco Lara, Pivão, Prensa, Pudim, Quatro Zóio, Quinze, Rafa, Ramona, Rato Branco, Rodela, Roque Carroceiro, Sapatão, Sargento Garcia, Socó, Tachinha, Tãn Tãn, Terry Thomas, Teté, Tica, Tico, Tiririca, Titão, Titular, Tiziu, Trinta do Taxi, Tuca, Tufão,Tunga, Turcão, Twenty, Vavá, Vicente da Chácara, Vuka, Zé Azur, Zé Banana, Zé Barbeiro, Zé Bicudo, Zé Bigode, Zé Bode, Zé Bonitinho, Zé Caneca, Zé da enxada, Zé da Farmácia, Zé da Galera, Zé da Pamonha, Zé do Paco, Zé do Pito, Zé do Rádio, Zé Mole, Zé Mosca, Zé Peroba, Zé Russo, Zé, Zeca, Zelão, Zequinha do Taxi, Zezão, Zezinho, Zezito, Zezo e Zorro,

Deu para ver que depois desse meu périplo por esta plagas                                                                                             Todos os apelidos quando bem dados, pegam, como se fossem pragas.

Mas ressalve-se que, apelido é como “biografia não autorizada’, se for para os outros qualquer coisa serve, mas se for para nós, tem que ser de boa verve!

E nem vem você me dizer que não tem nenhum!

Pois até a nossa cidade tem um

E se quiser, pode escolher o apelido dela pra mim

‘Princezinha da Sorocabana’ ou ‘Terra do Guim-Guim’!

José Luiz Ricchetti – 19/04/2022

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