Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Compartilhe este conteúdo:

cabeca-ricchetti Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Às vezes me surpreendo com todas as coisas pelas quais já passei e experimentei nesta vida. Alguns amigos já comentaram sobre essa minha facilidade de relatar inúmeras experiências e sobre o fato de eu ainda me lembrar de tantos detalhes.

Eu sempre digo, que talvez seja porque sou uma alma velha, uma alma que já esteve aqui muitas vezes ou quem sabe seja essa uma missão de tirar essas coisas do baú da alma e transformar num conto, numa crônica com a intensão de surpreender, emocionar e sensibilizar as pessoas.

image-1 Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Quando analiso todas essas coisas que brotam da minha mente ou quando parece que estou vivendo essas experiências passadas é que percebo o quanto sou um privilegiado e me convenço de que me tornei um garimpeiro de histórias, um contador de emoções.

Talvez seja por isso, que nesta vida já perdoei coisas ditas imperdoáveis. Fiz coisas por impulso e talvez por isso hoje eu vejo que para fazer certo é preciso planejar, idealizar antes de sair por aí se jogando como louco em novas experiências. Agir por impulso é a maneira mais fácil de magoar alguém ou de errar feio.

Não foram poucas as vezes que tentei mudar pessoas, até que o tempo me disse que todos nós temos defeitos e o melhor é não tentar mudar ninguém, mas quem sabe, sendo pretencioso, aconselhá-las para serem pessoas melhores.

Não foram poucas as pessoas que me decepcionaram, mas por outro lado imagino que existam legiões de pessoas a quem eu devo ter decepcionado.

Amei e fui amado, mas houve vezes em que não amei de volta e devo ter magoado essas pessoas. Por outro lado, houve vezes em que quase morri de saudades do amor que se perdeu.

Também amparei amigos na tristeza do amor não correspondido e descobri junto com eles que não é fácil encontrar essa tal de felicidade e que o amor só é eterno enquanto dura.

Já dei abraços de conforto e recebi também para ser confortado. Em momentos assim é que tive a certeza de que não existe lugar melhor para se estar do que dentro de um abraço.

Percebi que na busca da felicidade, muitas vezes, fazemos como o trapezista que se lança sem medo sobre a barra. E fazer isso, sem saber se temos uma rede de proteção, pode ser abusar da coragem.

Os tombos são inevitáveis, mas aprendi que quando se cai é melhor sacudir logo a poeira e partir para outra, contabilizando o prejuízo como aprendizado.

Ri muitas vezes de quem não devia, mas também já pude gargalhar, de perder o fôlego, com amigos do peito. Já dei pulos de alegria, saltos de felicidade, mas também passei por sustos, desses que quase explodem o coração.

Já chorei minhas perdas, mas também emprestei o ombro para aqueles que também passaram por isso.

Cultivei muitos amigos. Alguns ainda permanecem comigo, e muitos nunca mais vi. Hoje sei que amigos verdadeiros são poucos e cabem na mão.

Morri de saudades e chorei por ver fotos antigas. Já me apaixonei numa simples troca de olhar. Já me arrepiei com o roçar de braços e já me emocionei ao sentir do suor escorrer nas mãos entrelaçadas. Já me emocionei ao ouvir uma velha canção, ao lembrar do primeiro baile, da primeira dança, do primeiro beijo….

A cada dia que passa, percebo que rio e choro com mais facilidade e por qualquer coisa. Virei ‘manteiga derretida’.

Nessas horas é que me vem a certeza de que a nossa vida é assim mesmo, sempre feita de momentos e que um instante especial pode nunca mais se repetir.

Hoje agradeço, por ter a certeza de que sempre vale a pena colocar o coração em tudo que se faz. Hoje eu agradeço ter vivido e curtido cada um desses momentos de pura emoção.

Por tudo isso que já vivi, é que acredito que não se deve passar por esta vida, sem aproveitar cada segundo, sem aprender com cada momento. Não se pode nascer e morrer, viver aqui nesta terra, sem deixar uma marca, um legado, um pequenino rastro que seja…

Afinal, esta alma velha já aprendeu que a vida é tão linda e grandiosa que não pode nunca passar desapercebida e muito menos sendo insignificante!

José Luiz Ricchetti – 08/08/2021

Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Compartilhe este conteúdo:

cabeca-ricchetti Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Às vezes me surpreendo com todas as coisas pelas quais já passei e experimentei nesta vida. Alguns amigos já comentaram sobre essa minha facilidade de relatar inúmeras experiências e sobre o fato de eu ainda me lembrar de tantos detalhes.

Eu sempre digo, que talvez seja porque sou uma alma velha, uma alma que já esteve aqui muitas vezes ou quem sabe seja essa uma missão de tirar essas coisas do baú da alma e transformar num conto, numa crônica com a intensão de surpreender, emocionar e sensibilizar as pessoas.

image-1 Alma velha, por José Luiz Ricchetti

Quando analiso todas essas coisas que brotam da minha mente ou quando parece que estou vivendo essas experiências passadas é que percebo o quanto sou um privilegiado e me convenço de que me tornei um garimpeiro de histórias, um contador de emoções.

Talvez seja por isso, que nesta vida já perdoei coisas ditas imperdoáveis. Fiz coisas por impulso e talvez por isso hoje eu vejo que para fazer certo é preciso planejar, idealizar antes de sair por aí se jogando como louco em novas experiências. Agir por impulso é a maneira mais fácil de magoar alguém ou de errar feio.

Não foram poucas as vezes que tentei mudar pessoas, até que o tempo me disse que todos nós temos defeitos e o melhor é não tentar mudar ninguém, mas quem sabe, sendo pretencioso, aconselhá-las para serem pessoas melhores.

Não foram poucas as pessoas que me decepcionaram, mas por outro lado imagino que existam legiões de pessoas a quem eu devo ter decepcionado.

Amei e fui amado, mas houve vezes em que não amei de volta e devo ter magoado essas pessoas. Por outro lado, houve vezes em que quase morri de saudades do amor que se perdeu.

Também amparei amigos na tristeza do amor não correspondido e descobri junto com eles que não é fácil encontrar essa tal de felicidade e que o amor só é eterno enquanto dura.

Já dei abraços de conforto e recebi também para ser confortado. Em momentos assim é que tive a certeza de que não existe lugar melhor para se estar do que dentro de um abraço.

Percebi que na busca da felicidade, muitas vezes, fazemos como o trapezista que se lança sem medo sobre a barra. E fazer isso, sem saber se temos uma rede de proteção, pode ser abusar da coragem.

Os tombos são inevitáveis, mas aprendi que quando se cai é melhor sacudir logo a poeira e partir para outra, contabilizando o prejuízo como aprendizado.

Ri muitas vezes de quem não devia, mas também já pude gargalhar, de perder o fôlego, com amigos do peito. Já dei pulos de alegria, saltos de felicidade, mas também passei por sustos, desses que quase explodem o coração.

Já chorei minhas perdas, mas também emprestei o ombro para aqueles que também passaram por isso.

Cultivei muitos amigos. Alguns ainda permanecem comigo, e muitos nunca mais vi. Hoje sei que amigos verdadeiros são poucos e cabem na mão.

Morri de saudades e chorei por ver fotos antigas. Já me apaixonei numa simples troca de olhar. Já me arrepiei com o roçar de braços e já me emocionei ao sentir do suor escorrer nas mãos entrelaçadas. Já me emocionei ao ouvir uma velha canção, ao lembrar do primeiro baile, da primeira dança, do primeiro beijo….

A cada dia que passa, percebo que rio e choro com mais facilidade e por qualquer coisa. Virei ‘manteiga derretida’.

Nessas horas é que me vem a certeza de que a nossa vida é assim mesmo, sempre feita de momentos e que um instante especial pode nunca mais se repetir.

Hoje agradeço, por ter a certeza de que sempre vale a pena colocar o coração em tudo que se faz. Hoje eu agradeço ter vivido e curtido cada um desses momentos de pura emoção.

Por tudo isso que já vivi, é que acredito que não se deve passar por esta vida, sem aproveitar cada segundo, sem aprender com cada momento. Não se pode nascer e morrer, viver aqui nesta terra, sem deixar uma marca, um legado, um pequenino rastro que seja…

Afinal, esta alma velha já aprendeu que a vida é tão linda e grandiosa que não pode nunca passar desapercebida e muito menos sendo insignificante!

José Luiz Ricchetti – 08/08/2021

error: Reprodução parcial ou completa proibida. Auxilie o jornalismo PROFISSIONAL, compartilhe nosso link através dos botões no final da matéria!

Notícias da nossa Região