O diabo e a Pandemia, por José Luiz Ricchetti

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cabeca-ricchetti O diabo e a Pandemia, por José Luiz Ricchetti

Hoje, ao pegar um interessante livro, da minha estante, chamado “ Cartas de um diabo ao seu aprendiz ” publicado pela primeira vez em 1941, me lembrei de um trecho muito sugestivo, onde há um diálogo do velho diabo com seu jovem discípulo.

Acredito que este diálogo é muito pertinente ao que estamos passando nos dias de hoje e excelente para refletirmos.

84.1-O-diabo-e-a-pandemia-981x1024 O diabo e a Pandemia, por José Luiz Ricchetti

O diálogo, devidamente adaptado à nossa realidade, seria mais ou menos, assim:

‘O jovem aprendiz, curioso, logo pergunta:

  • Caro mestre, como você conseguiu enviar tantas almas para o inferno?
    O velho diabo logo responde:
  • Hahaha…meu filho, com o medo!
    O jovem:
  • Bom trabalho Mestre! Mas do que eles tinham tanto medo? De uma guerra? De passar fome?
  • Não! Eles estavam com medo de uma doença! Respondeu o diabo.
  • De uma doença? Mas não haviam médicos, hospitais? Remédios? Vacinas?
  • Sim! Havia
  • Então não entendi Mestre!
  • Ahh… Meu filho, onde eu tive mais sucesso foi exatamente, com aqueles que sobreviveram e se trancaram em suas casas, simples assim.
  • Como? Não entendi…
  • Simples meu filho. Eles acreditaram que a única coisa que eles tinham que manter a qualquer custo, era a vida!
    Eles não mais se abraçaram, não mais se cumprimentaram, não mais se falaram, enfim fizeram de tudo para se afastar uns dos outros.
    Eles renunciaram a todo e qualquer contato, não só com os familiares, com os amigos, mas até dos animais e da natureza.
    Eles não só evitaram as pessoas, mas passaram a evitar contato com tudo o mais que tinham construído em benefício do ser humano. Nem suas próprias igrejas eles frequentaram mais…
  • Nossa Mestre, e aí o que aconteceu?
  • Eles perderam seus empregos, ficaram sem dinheiro, mas optaram por temer pela vida, mesmo que não tivessem mais pão para colocar na mesa.
    Eles acreditaram em tudo que ouviram, leram jornais, assistiram televisão, acompanharam outras publicações e com isso ficaram totalmente cegos e inaptos para raciocinar, para analisar, para usar o seu senso crítico.
    Enfim desistiram de sua liberdade!
  • Eles desistiram de sua liberdade?
  • Sim meu jovem, acredite se quiser, mas eles não saíram mais de casa, não foram mais a lugar nenhum, não falaram com mais ninguém, não visitaram mais os parentes, nem os amigos.
    Eles se isolaram completamente e abriram mão do seu bem maior, a liberdade!
  • Sem nenhuma liberdade mestre?
  • Sim meu filho, o mundo se tornou um grande campo de concentração, com seus prisioneiros “voluntários”.
    Eles aceitaram tudo só para sobreviver a mais um dia miserável!
    Eles não viviam mais, morriam todos os dias um pouco…
    E aí meu filho, com a inevitável depressão, foi muito fácil tirar suas almas miseráveis! ’

…………………..

Acho que esse diálogo tem muito a ver com o que estamos passando e merece muita reflexão.

Estou fazendo tudo certo?
Não estou sendo exagerado?
Por que não saio para andar um pouco na calçada e ver a luz do sol?
Por que não ligo agora para meus pais, meus irmãos e meus amigos?
Perguntei hoje, ao meu vizinho, como ele está?
Será que não existe uma maneira de ajudar os que não tem o que comer?

Não há sentido em sermos prisioneiros voluntários e transformarmos nossas cidades, nossos estados e o nosso pais em um grande campo de concentração.

É claro que não podemos ser irresponsáveis, mas também não podemos permitir que prendam totalmente nosso corpo e nossa alma como em um grande cativeiro.

O Brasil é um país diferenciado e muito heterogêneo, e não se pode compará-lo com outras nações desenvolvidas, onde é muito fácil fazer um ‘lockdown‘ absoluto.

Aqui a maioria da nossa população precisa sair de manhã e “vender o almoço para comprar o jantar”.

Não sou político e nem especialista em políticas públicas, para poder definir qual a melhor e mais eficaz política de combate a pandemia, mas continuo a raciocinar e manter afiado meu senso crítico, para saber que não vejo como corretas as maneiras como agem com o nosso povo sofrido.

Ao mesmo tempo que também não gosto de ver as nossas liberdades sendo confrontadas todos os dias, todo o tempo, sem conseguir ver surgir uma ação que podemos chamar de inteligente.

A maioria das ações implementadas têm viés apenas autoritário, sem qualquer efetividade.

Acho que não sabem o que estão fazendo, agem por simples impulso.

Não sou de direita nem de esquerda, meu partido é o bom senso.

Mas não quero ver o velho diabo arrebanhar mais almas para o seu inferno.

Não podemos amar tanto a vida a ponto de deixar de viver!

Temos que manter nossa liberdade, com muita responsabilidade!

José Luiz Ricchetti

O diabo e a Pandemia, por José Luiz Ricchetti

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Hoje, ao pegar um interessante livro, da minha estante, chamado “ Cartas de um diabo ao seu aprendiz ” publicado pela primeira vez em 1941, me lembrei de um trecho muito sugestivo, onde há um diálogo do velho diabo com seu jovem discípulo.

Acredito que este diálogo é muito pertinente ao que estamos passando nos dias de hoje e excelente para refletirmos.

84.1-O-diabo-e-a-pandemia-981x1024 O diabo e a Pandemia, por José Luiz Ricchetti

O diálogo, devidamente adaptado à nossa realidade, seria mais ou menos, assim:

‘O jovem aprendiz, curioso, logo pergunta:

  • Caro mestre, como você conseguiu enviar tantas almas para o inferno?
    O velho diabo logo responde:
  • Hahaha…meu filho, com o medo!
    O jovem:
  • Bom trabalho Mestre! Mas do que eles tinham tanto medo? De uma guerra? De passar fome?
  • Não! Eles estavam com medo de uma doença! Respondeu o diabo.
  • De uma doença? Mas não haviam médicos, hospitais? Remédios? Vacinas?
  • Sim! Havia
  • Então não entendi Mestre!
  • Ahh… Meu filho, onde eu tive mais sucesso foi exatamente, com aqueles que sobreviveram e se trancaram em suas casas, simples assim.
  • Como? Não entendi…
  • Simples meu filho. Eles acreditaram que a única coisa que eles tinham que manter a qualquer custo, era a vida!
    Eles não mais se abraçaram, não mais se cumprimentaram, não mais se falaram, enfim fizeram de tudo para se afastar uns dos outros.
    Eles renunciaram a todo e qualquer contato, não só com os familiares, com os amigos, mas até dos animais e da natureza.
    Eles não só evitaram as pessoas, mas passaram a evitar contato com tudo o mais que tinham construído em benefício do ser humano. Nem suas próprias igrejas eles frequentaram mais…
  • Nossa Mestre, e aí o que aconteceu?
  • Eles perderam seus empregos, ficaram sem dinheiro, mas optaram por temer pela vida, mesmo que não tivessem mais pão para colocar na mesa.
    Eles acreditaram em tudo que ouviram, leram jornais, assistiram televisão, acompanharam outras publicações e com isso ficaram totalmente cegos e inaptos para raciocinar, para analisar, para usar o seu senso crítico.
    Enfim desistiram de sua liberdade!
  • Eles desistiram de sua liberdade?
  • Sim meu jovem, acredite se quiser, mas eles não saíram mais de casa, não foram mais a lugar nenhum, não falaram com mais ninguém, não visitaram mais os parentes, nem os amigos.
    Eles se isolaram completamente e abriram mão do seu bem maior, a liberdade!
  • Sem nenhuma liberdade mestre?
  • Sim meu filho, o mundo se tornou um grande campo de concentração, com seus prisioneiros “voluntários”.
    Eles aceitaram tudo só para sobreviver a mais um dia miserável!
    Eles não viviam mais, morriam todos os dias um pouco…
    E aí meu filho, com a inevitável depressão, foi muito fácil tirar suas almas miseráveis! ’

…………………..

Acho que esse diálogo tem muito a ver com o que estamos passando e merece muita reflexão.

Estou fazendo tudo certo?
Não estou sendo exagerado?
Por que não saio para andar um pouco na calçada e ver a luz do sol?
Por que não ligo agora para meus pais, meus irmãos e meus amigos?
Perguntei hoje, ao meu vizinho, como ele está?
Será que não existe uma maneira de ajudar os que não tem o que comer?

Não há sentido em sermos prisioneiros voluntários e transformarmos nossas cidades, nossos estados e o nosso pais em um grande campo de concentração.

É claro que não podemos ser irresponsáveis, mas também não podemos permitir que prendam totalmente nosso corpo e nossa alma como em um grande cativeiro.

O Brasil é um país diferenciado e muito heterogêneo, e não se pode compará-lo com outras nações desenvolvidas, onde é muito fácil fazer um ‘lockdown‘ absoluto.

Aqui a maioria da nossa população precisa sair de manhã e “vender o almoço para comprar o jantar”.

Não sou político e nem especialista em políticas públicas, para poder definir qual a melhor e mais eficaz política de combate a pandemia, mas continuo a raciocinar e manter afiado meu senso crítico, para saber que não vejo como corretas as maneiras como agem com o nosso povo sofrido.

Ao mesmo tempo que também não gosto de ver as nossas liberdades sendo confrontadas todos os dias, todo o tempo, sem conseguir ver surgir uma ação que podemos chamar de inteligente.

A maioria das ações implementadas têm viés apenas autoritário, sem qualquer efetividade.

Acho que não sabem o que estão fazendo, agem por simples impulso.

Não sou de direita nem de esquerda, meu partido é o bom senso.

Mas não quero ver o velho diabo arrebanhar mais almas para o seu inferno.

Não podemos amar tanto a vida a ponto de deixar de viver!

Temos que manter nossa liberdade, com muita responsabilidade!

José Luiz Ricchetti

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