Escalada da vida, por José Luiz Ricchetti

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cabeca-ricchetti Escalada da vida, por José Luiz Ricchetti

Hoje acordei com um questionamento me martelando a cabeça: Por que será que a maioria das pessoas, hoje em dia, só pensam em felicidade, mas pouco fazem para alcançá-la?

50.1-A-escalada-da-vida Escalada da vida, por José Luiz Ricchetti

Será que não sabem que a felicidade não é um simples estado de espírito, mas sim uma batalha diária, que tem que ser enfrentada e vencida dia a dia?

Se você perguntar a alguém mais jovem, o que ele almeja, provavelmente irá ouvir: 

– ‘Eu quero ser feliz, ter uma família maravilhosa, um emprego legal, me apaixonar, ter um ótimo parceiro na cama, ser sarado e atraente, ganhar dinheiro e ser admirado por todos, etc… ’

Ah como é fácil querer….

Será que não pensam, no que é preciso fazer, quais os esforços necessários, quais dores estão dispostos a passar, para alcançar a felicidade ou para ter tudo isso que almejam e desejam?

O que será mais importante para o seu futuro? A coragem de enfrentar cada uma das montanhas ou ficar só sonhando e idealizando os louros da vitória quando chegar ao cume? 

Minha mãe sempre me disse, que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho era no dicionário! O mesmo, eu acho, pode se dizer da ‘felicidade versus luta’ ou seja só mesmo no dicionário se encontra a felicidade antes de qualquer luta…

Uma das coisas que mais me marcou ao trabalhar com a nova geração é perceber que normalmente eles não querem saber de lutas ou de batalhas, preferem entrar no trem e já se sentar na janelinha, de preferência na primeira classe. 

Não querem saber de aprender com cada esforço da escalada, preferem só fazer a ‘selfie’ no topo da montanha. Se fosse possível trocariam as dificuldades da escalada, para cair de paraquedas, bem no cume da montanha, tirar uma foto e postar no instagram. 

Incrível como querem o sucesso rápido, escalar rapidamente posições na profissão, mas de preferência, sem qualquer esforço, se possível, iniciando já como gerente e com um salário bem maior que aquele outro que, há anos vem batalhando para crescer.

Se olharmos do lado das emoções então, a imaturidade é boçal. Largam qualquer relacionamento seguro por qualquer outro que sonham ser a cara metade, como viram naquela última série da Netflix, na noite anterior. 

Logo amam de paixão, aquela pessoa que criaram no imaginário e já se vêm com ela formando um lindo e invejável casal. Aquele casal que só faz sexo no elevador, na rua ou na praia ou em qualquer lugar inusitado. Trocam fácil amor por sexo, sucesso por dinheiro e anos de luta por sonhos de uma noite de verão. 

Preferem se iludir com o dinheiro e luxo dos tais mitos do esporte, do show business ou dos tais ‘youtubers’ e ‘influencers’, que na realidade, estão muito mais para ‘pop stars’, pessoas fúteis, ocas e vazias, sem qualquer conteúdo, que não podem ser exemplos para nada, muito menos para se espelhar uma vida. 

Poucos são aqueles que lutam por seus amores, constroem algo passo a passo, batalham para construir uma carreira ou que se ajustam a alguém que pense diferente. 

Poucos estão dispostos a lutar por um amor ou pelo sucesso numa profissão de verdade ou que estão dispostos a enfrentar uma discussão na relação, com argumentos, ou a vencer mágoas e rusgas, dificuldades e provocações, normais na vida de qualquer um, usando o diálogo.

O barato é ‘curtir o momento’, é o hoje o agora, mas sem esforço, porque afinal ‘ninguém é de ferro’, ‘somos todos filhos de Deus’, dizem….

Mal sabem que o que mais vale, o que dá mais prazer é o esforço da escala, muito mais do que a ‘selfie’ no topo da montanha. Que o campeão olímpico chora muito mais pelo esforço recompensado, do que pelos louros da vitória em si. Só ele sabe o que passou para chegar lá e vencer!

Que construir uma relação dia a dia é o que nos dá a satisfação final de ver no final os filhos se casarem, trazerem à vida os netos e podermos olhar para trás e ver que superamos muita coisa, lutamos muito, para poder chegar ao final feliz.

Não sabem, que antes de vermos o neto nascer, muitas lágrimas rolaram, muitas noites mal dormidas aconteceram, muitas canções de ninar foram cantadas, muitos foram os esforços e batalhas na profissão…. 

Mal imaginam que ‘o mais legal’, ‘o barato’, é poder olhar para trás e lembrar dos esforços, das lutas, das dificuldades que passamos, de todas as coisas que aconteceram, escalada a escalada, montanha a montanha, para chegarmos e receber algum presente da vida.

Enfim eu queria poder fazê-los entender que a vida realmente não é fácil e não é para amadores, que o sabor da vitória está muito mais nas lutas, na trajetória, do que no êxtase do seu final. 

Que embora a gente sempre lute em pé nossas maiores conquistas são feitas de joelhos e que Deus está sempre colhendo nossas lágrimas pelos caminhos para poder transformá-las em sorrisos.

E finalmente gostaria de poder lhes dizer que o mais gostoso, é chegar ao destino superando obstáculos, desafiando medos, curtindo cada etapa trilhada, para então podermos atingir o cume da montanha, rindo das nossas lágrimas.  

José Luiz Ricchetti – 10/09/2019

Escalada da vida, por José Luiz Ricchetti

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Hoje acordei com um questionamento me martelando a cabeça: Por que será que a maioria das pessoas, hoje em dia, só pensam em felicidade, mas pouco fazem para alcançá-la?

50.1-A-escalada-da-vida Escalada da vida, por José Luiz Ricchetti

Será que não sabem que a felicidade não é um simples estado de espírito, mas sim uma batalha diária, que tem que ser enfrentada e vencida dia a dia?

Se você perguntar a alguém mais jovem, o que ele almeja, provavelmente irá ouvir: 

– ‘Eu quero ser feliz, ter uma família maravilhosa, um emprego legal, me apaixonar, ter um ótimo parceiro na cama, ser sarado e atraente, ganhar dinheiro e ser admirado por todos, etc… ’

Ah como é fácil querer….

Será que não pensam, no que é preciso fazer, quais os esforços necessários, quais dores estão dispostos a passar, para alcançar a felicidade ou para ter tudo isso que almejam e desejam?

O que será mais importante para o seu futuro? A coragem de enfrentar cada uma das montanhas ou ficar só sonhando e idealizando os louros da vitória quando chegar ao cume? 

Minha mãe sempre me disse, que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho era no dicionário! O mesmo, eu acho, pode se dizer da ‘felicidade versus luta’ ou seja só mesmo no dicionário se encontra a felicidade antes de qualquer luta…

Uma das coisas que mais me marcou ao trabalhar com a nova geração é perceber que normalmente eles não querem saber de lutas ou de batalhas, preferem entrar no trem e já se sentar na janelinha, de preferência na primeira classe. 

Não querem saber de aprender com cada esforço da escalada, preferem só fazer a ‘selfie’ no topo da montanha. Se fosse possível trocariam as dificuldades da escalada, para cair de paraquedas, bem no cume da montanha, tirar uma foto e postar no instagram. 

Incrível como querem o sucesso rápido, escalar rapidamente posições na profissão, mas de preferência, sem qualquer esforço, se possível, iniciando já como gerente e com um salário bem maior que aquele outro que, há anos vem batalhando para crescer.

Se olharmos do lado das emoções então, a imaturidade é boçal. Largam qualquer relacionamento seguro por qualquer outro que sonham ser a cara metade, como viram naquela última série da Netflix, na noite anterior. 

Logo amam de paixão, aquela pessoa que criaram no imaginário e já se vêm com ela formando um lindo e invejável casal. Aquele casal que só faz sexo no elevador, na rua ou na praia ou em qualquer lugar inusitado. Trocam fácil amor por sexo, sucesso por dinheiro e anos de luta por sonhos de uma noite de verão. 

Preferem se iludir com o dinheiro e luxo dos tais mitos do esporte, do show business ou dos tais ‘youtubers’ e ‘influencers’, que na realidade, estão muito mais para ‘pop stars’, pessoas fúteis, ocas e vazias, sem qualquer conteúdo, que não podem ser exemplos para nada, muito menos para se espelhar uma vida. 

Poucos são aqueles que lutam por seus amores, constroem algo passo a passo, batalham para construir uma carreira ou que se ajustam a alguém que pense diferente. 

Poucos estão dispostos a lutar por um amor ou pelo sucesso numa profissão de verdade ou que estão dispostos a enfrentar uma discussão na relação, com argumentos, ou a vencer mágoas e rusgas, dificuldades e provocações, normais na vida de qualquer um, usando o diálogo.

O barato é ‘curtir o momento’, é o hoje o agora, mas sem esforço, porque afinal ‘ninguém é de ferro’, ‘somos todos filhos de Deus’, dizem….

Mal sabem que o que mais vale, o que dá mais prazer é o esforço da escala, muito mais do que a ‘selfie’ no topo da montanha. Que o campeão olímpico chora muito mais pelo esforço recompensado, do que pelos louros da vitória em si. Só ele sabe o que passou para chegar lá e vencer!

Que construir uma relação dia a dia é o que nos dá a satisfação final de ver no final os filhos se casarem, trazerem à vida os netos e podermos olhar para trás e ver que superamos muita coisa, lutamos muito, para poder chegar ao final feliz.

Não sabem, que antes de vermos o neto nascer, muitas lágrimas rolaram, muitas noites mal dormidas aconteceram, muitas canções de ninar foram cantadas, muitos foram os esforços e batalhas na profissão…. 

Mal imaginam que ‘o mais legal’, ‘o barato’, é poder olhar para trás e lembrar dos esforços, das lutas, das dificuldades que passamos, de todas as coisas que aconteceram, escalada a escalada, montanha a montanha, para chegarmos e receber algum presente da vida.

Enfim eu queria poder fazê-los entender que a vida realmente não é fácil e não é para amadores, que o sabor da vitória está muito mais nas lutas, na trajetória, do que no êxtase do seu final. 

Que embora a gente sempre lute em pé nossas maiores conquistas são feitas de joelhos e que Deus está sempre colhendo nossas lágrimas pelos caminhos para poder transformá-las em sorrisos.

E finalmente gostaria de poder lhes dizer que o mais gostoso, é chegar ao destino superando obstáculos, desafiando medos, curtindo cada etapa trilhada, para então podermos atingir o cume da montanha, rindo das nossas lágrimas.  

José Luiz Ricchetti – 10/09/2019

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