
Situações muito complexas no ambiente sociopolítico emolduram este próximo ano de eleições, com riscos de fracassos que poderão afetar ainda mais seriamente as dinâmicas da sociedade. O quadro de candidaturas não é promissor quando se toma conhecimento dos cenários que estão se configurando no município.
Vivemos uma escassez de lucidez e competência, enquanto vivenciamos uma onda de arrogância e soberba política, praticada por pessoas não preocupadas ou interessadas no cidadão, principalmente em não ouvi-lo, ignorando suas necessidades, demandas e anseios, porém demonstrando uma capacidade enorme de investir em ações eleitoreiras.
Quando não se investe em líderes lúcidos, capazes de priorizar o bem comum e agir com a velocidade indispensável para solucionar graves problemas, paga-se alto preço, algo em torno de 15.223. Por isso, é fundamental que todos os cidadãos se comprometam com o processo eleitoral, interessando-se pelo assunto, superando o consequente desânimo que se abate sobre o conjunto da sociedade, em razão das derrocadas e desarticulações ocorridas, especialmente nesses últimos anos. “Virar as costas” para o processo eleitoral é um risco, pois favorece os “aventureiros”, as escolhas inadequadas. Desconsiderar a importância das eleições significa menosprezar a força que só o povo tem, de exigir dos políticos novas posturas.
A direção correta é a participação clarividente em discussões e reflexões sobre política, a rede social é um território arredio, porém necessário e apropriado. A dedicação a esse tema pode promover uma participação popular mais adequada, com a adoção de critérios que favoreçam as eleições destituídas de emocionalismos e, sobretudo, dos interesses pessoais, que têm marcado o modo de fazer política na nossa cidade.
Nesse sentido, corrigir as dinâmicas que definem o universo da política é um modo eficaz de debelar a corrupção, freando interesses pequenos e grupais que prejudicam o bem comum, o equilíbrio social e econômico. Por isso mesmo, as igrejas, as escolas, a mídia, os segmentos culturais e artísticos, associações e grupos organizados da sociedade civil, de todo tipo, têm o dever de se mobilizar para que o ano eleitoral não seja marcado pela apatia dos cidadãos.
Vale lembrar as antigas escrituras sobre política: é uma obrigação de todo cristão envolver-se na política, não se pode lavar as mãos como Pilatos, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum.

SOBRE O AUTOR:
Pedro Luiz Biandan, casado com Márcia Cristina Montanholi Biandan, 54 anos, formado em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior, foi professor do ensino médio, vice prefeito de São Manuel entre 2013 e 2016, cartorário por 28 anos.