O Museu Histórico e Pedagógico Padre Manoel da Nóbrega foi destaque este final de semana no Jornal da Cidade. O ponto alto, a riqueza de seu acervo e suas características arquitetônicas. Confira a íntegra da matéria:
A cidade de São Manuel foi uma potência agrícola no período da cafeicultura no século passado e isso refletiu na arquitetura dos prédios e na influência política da cidade. Terra de ex-governadores e de lideranças políticas, o Museu Histórico e Pedagógico Padre Manoel da Nóbrega tem um acervo de cerca de cinco mil peças catalogadas, algumas são relíquias valiosas que nem tem como estimar o valor. Há desde máquinas do período da cafeicultura, a porcelana, cristais importados e objetos pessoais de uma das mais populares duplas da música caipira do Brasil, Tonico e Tinoco.
O museu guarda coleção de revólveres e espingardas, algumas do século 19. O acervo é considerado um dos mais importantes do Estado, de acordo com diretor municipal de Cultura, Arnaldo Catalan Júnior.
Só o prédio, onde está instalado o acervo, é uma relíquia arquitetônica eclética do início do século passado, que já chama atenção do visitante. O imóvel foi erguido para ser a prefeitura e a Câmara, mas desde o início de 1970 é a sede do museu. A fachada confunde até com igreja, por ostentar uma torre e um relógio.
A relíquia mais antiga é um canhão de 1667 do período do Brasil Colonial que está exposto logo na frente do hall de entrada, onde duas telas de dois metros resgatam a figura do padre jesuíta homenageado. Ao percorrer as salas o visitante se depara com coleção de canetas, documentos e outras peças que fizeram parte da vida de políticos importantes como os dois ex-governadores paulistas Adhemar de Barros e Laudo Natel, nascido na fazenda Canoa Grande, atualmente área de Igaraçu do Tietê, mas antigamente pertenceu a São Manuel.
Outro personagem importante é a sala dedicada a Mário Martins de Almeida, nascido na cidade e morto no movimento constitucionalista de 1932. Esse estudante é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC) mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista.
Mário Martins viveu em São Manuel. O primeiro “M” é homenagem ao jovem são-manuelense. No cemitério da cidade também tem um túmulo em homenagem ao estudante, embora os restos mortais foram removidos para o Mausoléu do Obelisco do Ibirapuera na capital paulista em homenagem aos quatro heróis. O museu já recebeu “visitas ilustres” como a rainha Silvia da Suécia, cuja mãe residiu no município.
Acervo é variado em São Manuel
A fachada do prédio do museu já chama atenção e até confunde quem passa em frente do suntuoso prédio por ostentar uma torre com um relógio semelhante à de uma igreja, mas não é. Até 1969 foi o Paço Municipal e, atualmente, abriga o acervo de mais de cinco mil peças do Museu Histórico e Pedagógico Padre Manoel da Nóbrega, no Centro de São Manuel.
O diretor municipal de Cultura, Arnaldo Catalan Júnior, garante que na região não há um museu com uma quantidade de peças tão variada e já conhecido no interior do Estado.
O museu foi criado por meio de lei nº 189 de 17 de junho de 1953 por intermédio de proposição feita pelo então vereador professor Lino José Saglietti, no entanto, foi constituído e oficializado apenas em 25 de março de 1970 por decreto do então governador do Estado, Roberto da Costa de Abreu Sodré, mas a inauguração ocorreu em 23 de janeiro de 1971, na gestão do prefeito Paulo René de Barros. Antes de abrigar o museu, o prédio foi sede durante décadas da prefeitura e da Câmara, de 1907 a 1970.
Só o prédio preserva uma arquitetura do século passado, réplica do Parlamento Australiano da cidade de Sidney, na Austrália. Isso é motivo de visitas constantes de estudantes de arquitetura.
A construção data de 1905, mas foi Geraldo Pereira de Barros que viajava muito e esteve na Austrália e gostou do prédio do governo daquele país e trouxe o desenho como inspiração para ser construído uma réplica na cidade.
Recentemente, conta Arnaldo, foi recuperado o relógio que fica no alto da torre, que, por ser muito antigo, demorou para ser consertado. “Tem gente que confunde, entra no prédio do museu e pergunta pelo padre, achando que aqui é igreja”, conta a funcionária do museu Aparecida Toledo Crotti.
A cidade de São Manuel foi uma potência econômica nos áureos tempos da cafeicultura o que influenciou investimentos em grandes obras arquitetônicas e paisagísticas. Também teve influência política, como os ex-governadores Adhemar de Barros e Laudo Natel, este último nasceu na fazenda Canoa Grande no município e administrou o Estado de São Paulo entre 1971 a 1975.
Uma das telas óleo sobre tela do artista Arlindo Castelani Di Carli exposta na entrada do museu mostra o padre Manoel da Nóbrega encontrando-se com João Ramalho e o cacique Tibiriçá do Planalto de Piratininga, onde ocorreu a ereção da primeira capela em 25 de janeiro de 1554, com um grupo de jesuíta, entre eles José de Anchieta. O quadro é doação do então governador Abreu Sodré.
A outra tela de 2,50 por 2 metros do mesmo artista plástico é a chegada do padre Manoel da Nóbrega em companhia com o governador Thomé de Souza em viagem de inspeção ao Sul do País, além das Capitanias de Ilhéus, Espírito Santo e São Vicente.
O nome do museu em homenagem ao padre é porque a inauguração do local ocorreu no 4º Centenário do padre Manoel da Nóbrega festeja em 1970.
O religioso foi um sacerdote jesuíta português, chefiou a primeira missão jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil colônia e a ação jesuítica no século XVI. Teve forte influência na província de Piratininga, onde hoje é a capital paulista.
‘Guardiã’ do museu já recebeu visita da rainha da Suécia
A fachada do prédio do museu já chama atenção e até confunde quem passa em frente do suntuoso prédio por ostentar uma torre com um relógio semelhante à de uma igreja, mas não é. Até 1969 foi o Paço Municipal e, atualmente, abriga o acervo de mais de cinco mil peças do Museu Histórico e Pedagógico Padre Manoel da Nóbrega, no Centro de São Manuel.
O diretor municipal de Cultura, Arnaldo Catalan Júnior, garante que na região não há um museu com uma quantidade de peças tão variada e já conhecido no interior do Estado.
O museu foi criado por meio de lei nº 189 de 17 de junho de 1953 por intermédio de proposição feita pelo então vereador professor Lino José Saglietti, no entanto, foi constituído e oficializado apenas em 25 de março de 1970 por decreto do então governador do Estado, Roberto da Costa de Abreu Sodré, mas a inauguração ocorreu em 23 de janeiro de 1971, na gestão do prefeito Paulo René de Barros. Antes de abrigar o museu, o prédio foi sede durante décadas da prefeitura e da Câmara, de 1907 a 1970.
Só o prédio preserva uma arquitetura do século passado, réplica do Parlamento Australiano da cidade de Sidney, na Austrália. Isso é motivo de visitas constantes de estudantes de arquitetura.
A construção data de 1905, mas foi Geraldo Pereira de Barros que viajava muito e esteve na Austrália e gostou do prédio do governo daquele país e trouxe o desenho como inspiração para ser construído uma réplica na cidade.
Recentemente, conta Arnaldo, foi recuperado o relógio que fica no alto da torre, que, por ser muito antigo, demorou para ser consertado. “Tem gente que confunde, entra no prédio do museu e pergunta pelo padre, achando que aqui é igreja”, conta a funcionária do museu Aparecida Toledo Crotti.
A cidade de São Manuel foi uma potência econômica nos áureos tempos da cafeicultura o que influenciou investimentos em grandes obras arquitetônicas e paisagísticas. Também teve influência política, como os ex-governadores Adhemar de Barros e Laudo Natel, este último nasceu na fazenda Canoa Grande no município e administrou o Estado de São Paulo entre 1971 a 1975.
Uma das telas óleo sobre tela do artista Arlindo Castelani Di Carli exposta na entrada do museu mostra o padre Manoel da Nóbrega encontrando-se com João Ramalho e o cacique Tibiriçá do Planalto de Piratininga, onde ocorreu a ereção da primeira capela em 25 de janeiro de 1554, com um grupo de jesuíta, entre eles José de Anchieta. O quadro é doação do então governador Abreu Sodré.
A outra tela de 2,50 por 2 metros do mesmo artista plástico é a chegada do padre Manoel da Nóbrega em companhia com o governador Thomé de Souza em viagem de inspeção ao Sul do País, além das Capitanias de Ilhéus, Espírito Santo e São Vicente.
O nome do museu em homenagem ao padre é porque a inauguração do local ocorreu no 4º Centenário do padre Manoel da Nóbrega festeja em 1970.
O religioso foi um sacerdote jesuíta português, chefiou a primeira missão jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil colônia e a ação jesuítica no século XVI. Teve forte influência na província de Piratininga, onde hoje é a capital paulista.
Sala guarda objetos de Tonico e Tinoco
A dupla apelidada de “Coração do Brasil” Tonico e Tinoco iniciou a carreira cantando na rádio Clube de São Manuel, mas com a emancipação do distrito de Pratânia em 1997 a terra passou a ser o município onde os dois nasceram e viveram a infância e adolescência. Essa emancipação obrigou as duas cidades a possuírem espaços para homenagear uma das mais populares duplas da música caipira, que está no panteão da música de qualidade do gênero chamado de sertanejo raiz.
No museu Histórico e Pedagógico Padre Manoel da Nóbrega, em São Manuel, há duas prateleiras com objetos pessoais e discos da dupla. É comum no dia a dia receber visitas de fãs que vão até lá recordar os artistas. Nesta semana, por exemplo, conforme relato de responsável pelo museu Aparecida Toledo Crotti, um senhor ficou horas em silêncio apreciando os chapéus, botas e discos da dupla.
O material fica fechado numa prateleira de vidro. “Não dá para ficar aberto, porque as pessoas querem tocar nos objetos”, conta dona Aparecida.
Em 60 anos de carreira, Tonico e Tinoco realizaram cerca de 1.000 gravações, divididas em 83 discos e foram campeões de venda de discos: 150 milhões de cópias. José Perez, o Tinoco, morreu em 4 de maio de 2012 e o irmão João Salvador Perez, o Tinoco, faleceu aos 73 anos em 1994. Os dois nasceram em Pratânia, na época distrito de São Manuel.
O acervo em São Manuel foi maior, mas acabou dividido com o município vizinho que criou um Memorial para Tonico e Tinoco e a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, totalmente reformulado no ano passado.
A casa de madeira que ficava na fazenda Guarantã, em Pratânia, onde a dupla morou na infância foi desmontada e depois transferida ao lado da Casa da Cultura de Pratânia.
Já São Manuel decidiu erguer uma estátua com enorme viola instalada em uma praça na entrada da cidade para homenagear a dupla.
Quando estavam vivos, os dois artistas visitavam com frequência o museu, onde tem três discos de 78 rotações do início da carreira, doados por eles. Datados de 1948, da gravadora Continental, os discos são com as músicas “Aparecida do Norte”, “Vingança do Chico Mineiro” (um clássico da dupla) e “Padre Lima de Tambaú”.
Uma parte do acervo foi doada pela dupla ao museu em 25 de janeiro de 1990 na gestão do então prefeito Tharcilio Baroni Jr. No acervo estão as primeiras violas de cor branca fabricadas em 1943, roupas usadas na mesma época, boletins e cartazes anunciando shows em cinemas e circos, vários troféus e quadro com a homenagem aos dois do título de cidadãos honorários são-manuelenses concedidos em 5 de abril de 1989 pela Câmara, no mandato do vereador Roque Joner, que depois seria o primeiro prefeito do município recém-emancipado de Pratânia.
Parte do acervo ainda seria repassado para Centro Cultural que foi criado, em Pratânia, na gestão de Roque Joner, amigo pessoal da dupla sertaneja. Na sala há uma caixa de som em volume baixo que veicula os principais sucessos da dupla “Coração do Brasil”.