AM muda de frequência para se reinventar

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Migração das emissoras de rádio em ondas médias para a frequência modulada acontece lentamente na região de Bauru

radio_nova_sao_manuel-1019269-1-300x143 AM muda de frequência para se reinventar

Estúdio da rádio Nova, de São Manuel, que pretende migrar para a faixa de frequência modulada; processo já começou no país e tem emissora de AM que já opera em nova frequência

Aurélio Alonso, JC Net – O rádio ondas médias (Amplitude Modulada AM) está com os seus dias contados em nome da evolução e da qualidade de som. O Brasil adotou a migração do AM para FM devido a dificuldade em definir um sistema digital que pudesse manter o sinal analógico. Com isso as emissoras de ondas médias vão ter que investir em novos transmissores para deixar a antiga faixa e transferir de frequência, de melhor qualidade, porém de alcance menor à onda média. Na região de Bauru, esse processo vem caminhando lentamente. Há emissora que já desligou o transmissor de AM e já opera em FM, outras que aguardam definições sobre a criação de uma banda estendida no dial e a maior parte aguarda a autorização para mudar de canal.

As primeiras outorgas de faixa para as emissoras que optaram pela migração tiveram início em maio do ano passado. Num levantamento extraoficial até a última segunda-feira aponta no Estado de São Paulo 55 emissoras que já migraram da AM para FM. Na região de Bauru são a Rádio Máxima de Ibitinga 90,3, a FM Nativa de Bauru 91,5, Rádio Amiga 96,7 de Lins, Jovem Pan News Bauru 97,5, Difusora Santa Cruz 97,9, Rádio Alvorada de Lins 101,7, Rádio Cultura de Pederneiras 104,1 e Paranapanema 99,1 e Piratininga 96,3, ambas Piraju. O levantamento é feito com base em informação de visitantes do portal tudoradio.com e das próprias emissoras.

Acontece Botucatu/Divulgação
file_de_frango_ao_molho_de_cogumelos_leite_de_coco-1018279%20(1) AM muda de frequência para se reinventar
Radialista Vanderlei Santos é atualmente o proprietário das rádios Municipalista e F8

A dúvida fica para as cidades como Bariri, Jaú e Lençóis Paulista que ainda não há entendimento entre as emissoras para a migração. Nesse caso, essas emissoras precisam aguardar a banda estendida que será um canal a ser ocupado na antiga frequência de televisão de 76 a 87 MHZ. Essas emissoras ainda poderão ficar com o transmissor em operação de AM por mais cinco anos. Nos demais casos, como o da Cultura de Pederneiras, já deixou a antiga frequência de AM e já opera na banda FM. A migração passa a atingir a frequência de 88,1 a 107.9 ou no estendido 76 a 87 FM.

Um dos motivos de mudar de frequência é a melhoria do sinal. “Hoje tem muita interferência. Não dá mais para ouvir o AM. Até portão eletrônico na rua interfere no sinal”, conta Marcelo Marinello,da rádio Canoa Grande de Igaraçu do Tietê que opera em 1.340 KHZ e pediu a migração para 90,7 MHZ.

As emissoras de AM que vão migrar para outra frequência tem muita história. No caso de Jaú, por exemplo, pelos microfones da Jauense passaram grandes nomes do rádio brasileiro, como Fiori de Giglioti um dos grandes narradores esportivos brasileiro, nascido em Barra Bonita, o comunicador como Ely Correia e Antonio Celso Cipolla.

Em São Manuel, por exemplo, a Rádio Clube é um acervo da história radiofônico. Pelos seus microfones estiveram Tonico e Tinoco cantando no início de carreira. O radialista Emilio Surita também iniciou na profissão nessa pequena emissora e atualmente é famoso na capital e na TV. A diretora e jornalista da Clube de São Manuel, Tânia Cecília Tavares Casquel, confirma que a emissora pretende migrar para FM na faixa de 88.7 MHZ. A outra concorrente, rádio Nova, também pediu a migração.

AMs têm história nos municípios

Rivais históricas, Municipalista e F8 de Botucatu têm mesmo dono e estão no mesmo prédio e vão migrar para FM

As rádios AMs têm muita história e ligações sentimentais com os municípios. Em Botucatu, as rádios PRF-8 e a Municipalista foram duas rivais. Disputaram a audiência do ouvinte no passado quando havia dois grupos políticos antagônicos, mas nos tempos atuais as duas emissoras funcionam no mesmo prédio na Praça Emilio Pedutti, 44, e tem o mesmo proprietário: Vanderlei dos Santos, experimentado radialista com mais de 40 anos de carreira como locutor e no setor comercial.

Ele apresenta um conhecido programa líder de audiência “A Marreta” na Municipalista, fundada em 1939, que pertenceu à família Pedutti. A concorrente tinha o “Palanque” na F8 (1.540 KHZ), que pertenceu a Plínio Paganini, famoso político botucatuense e já falecido que abriu a emissora em 27 de maio de 1962.

Santos começou em 1973 sua carreira na Rádio Emissora Botucatu (PRF-8) a mais antiga da cidade e, posteriormente foi para a Municipalista (1.240 KHZ). O destino fez com que ele assumisse a concorrente, após um grupo de Campinas devolver a emissora ao antigo proprietário que não tinha mais interesse de continuar no ramo. A emissora chegou a ficar fora do ar até Santos assumir as instalações.

O desafio agora é a migração dessas duas AMs para o FM. A primeira a mudar para frequência modulada será a Municipalista, já tem autorização do Ministério da Ciência e Tecnologia, enquanto a PR-8, como também é conhecida na atualidade, deve demorar um pouco a migração. É necessário resolver algumas pendências, como impostos federais e Escritório de Arrecadação e Distribuição (Ecad). “Vamos primeiro fazer a migração da Municipalista, porém se não der para fazer das duas, podemos ficar com uma FM e manter outra na faixa de AM. Eu acho que o AM não vai acabar, deve persistir por um período. Há possibilidade de uma AM permanecer em atividade”, explica Santos.

Na opinião dele, a tendência a longo prazo é das emissoras AMs migrarem para o FM. “Eu comparo essa mudança igual ter um computador 2.86 e num determinado momento precisar passar para outro de potência maior e com mais recursos. O FM para nós é interessante, o AM no interior de São Paulo perdeu muito mercado. Com as redes sociais e outras plataformas precisamos buscar outros caminhos e se integrar a esse movimento tecnológico. Não devemos brigar com a modernidade, pelo contrário interagir com ela”, diz Vanderlei Santos.

Um dos fatores da migração é a busca de melhorar a qualidade do som, possível no FM e no AM não tem mais uma boa propagação devido as interferência eletromagnéticas. A F8 atualmente retransmite a programação jornalística da Jovem Pan AM, enquanto a Municipalista tem programas mais locais. “Estamos se reinventando e buscando alternativas para sobreviver no mercado, porque não está fácil na atual conjuntura econômica. Essa migração já deveria ter acontecido. Se tem uma coisa que temos que agradecer a Dilma Rousseff foi permitir essa migração. É a salvação da lavoura das AMs”, declara Santos.

Emissora de Pederneiras já migrou

A rádio Cultura de Pederneiras já abandonou o seu antigo prefixo de 1.380 KHZ e passou para 104 MHZ com 300 watts. Foi uma das primeiras no Centro paulista a migrar de frequência, em 1 de novembro de 2017.

O mesmo proprietário tem outra emissora de FM no município, na frequência de 88.6 MHZ de 1.000 watts. O desafio é mantê-las com programação diferenciada, explica Celso Carlos Al-Haj, um dos sócios e locutor. “É o caminho porque a evolução está pedindo essa migração de frequência. Agora tem que fazer uma programação diferente de uma da outra para não deixar a programação igual no mesmo estilo”, declarou.

O radialista disse que a programação da antiga AM mudou bastante em referência à da faixa de AM. Agora tem tocado música internacional, o que não ocorria quando estava nos 1.380 KHZ. “Alguns programas que tinham audiência na AM como jornalismo e utilidade pública foram mantidos, mas outros foram reformulados. Tem que mudar o estilo de programação”, explicou Celso. A Cultura foi fundada em 7 de setembro de 1952.

Nova de São Manuel vai ter 300 watts

Em São Manuel a Rádio Nova que opera desde 1984 na faixa de 1.420 KHZ com 1.000 watts também vai migrar para a FM com potência inicialmente de 300 watts.

“Por conta de problemas internos, o pedido de migração foi feito fora de prazo e estamos aguardando do governo remanejar uma das frequências de nossa região para São Manuel, uma vez que existem vagas”, explica por e-mail o radialista Thiago Melego.

A potência em FM será inferior ao que é o transmissor da AM. “O alcance é algo complicado de se afirmar, uma vez que apenas números não podem ser considerados, entra na questão o terreno onde está a antena e outros fatores. A princípio, com 300 watts, podemos tranquilamente chegar num raio de 70 km”, explica o radialista.

A rádio Nova já vem adaptando aos poucos a programação para quando mudar para a FM não provocar um grande conflito com seus ouvintes de AM.

Agora, Melego e a diretora da emissora, Maria Fernanda Barros Di Santis, ressaltam com a migração emissoras que não se prepararem, não serão salvas por simplesmente estar no FM, isso será uma ilusão. “O AM existe em várias partes do mundo, inclusive nos EUA, sem nenhum problema com interferências, por exemplo. No Brasil, é diferente, ao invés de buscar alternativas, optaram pela migração. Agora a manutenção daqueles que continuarem no AM, será difícil. Um público que cada vez se tornará menor, já reduziu quando falamos em comercial e diminuirá em ouvintes. Com custos de manutenção cada vez mais altos (afinal, devem restar poucas emissoras na faixa), a situação deverá ser bem complicada a aqueles que fizerem essa opção”.

Barra Bonita e Igaraçu do Tietê dividem audiência pela proximidade

As rádios AM de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê também apostam na migração para FM para melhorar a qualidade do sinal. Esses dois municípios são divididos apenas pelo Rio Tietê. As duas têm som local nas duas localidades.

A Rádio Emissora da Barra 1.030 KHZ de 1.000 watts completou no dia 15 deste mês 51 anos de atividades e a direção cogitou não fazer a migração para a FM. O mesmo grupo já tem uma FM que retransmite a programação da Jovem Pan.

De acordo com o gerente Everton Luiz Ferrerez de Souza, os dois municípios são praticamente ligados um com outro e já há muitas rádios operando. “O proprietário de nossa emissora achou que o custo era alto por causa dessa concorrência, mas em julho vencia o prazo e tinha que pelo menos entrar com o pedido de intenção para decidir posteriormente se vai ou não migrar para a FM”, declarou.

A emissora deve ficar no lote da faixa estendida, o que possibilita que ainda pode operar na faixa de AM por mais cinco anos.

Já a rádio Canoa Grande de Igaraçu do Tietê que está no ar há 33 anos em 1.340 KHZ solicitou a migração na faixa comercial na frequência de 90.7 MHZ com potência de 300 watts. Marcelo Marinello diz que a mudança é necessária. “A migração está compensando fazer, porque há muita interferência no sinal de AM. Está difícil, pega interferência de tudo. Quando estou vindo para a emissora até portão metálico interfere no final”, declarou.

Banda expandida gera apreensão  

Algumas rádios vão passar para uma banda abaixo dos 88 MHZ que ainda não tem receptores para a captação, porém, poderão operar na AM por 5 anos

A migração de faixa tem uma polêmica. Um grupo de rádios vai ter que transferir para faixa estendida (76 a 87 FM) que ainda não tem receptores em grande quantidade. Nesse caso essas emissoras ainda poderão manter o transmissor de AM por cinco anos. As cidades de Bariri, Jaú, Lençóis Paulista e Barra Bonita se enquadram nessa possibilidade, por isso as direções aguardam a definição e assinaram o compromisso de esperar a definição da futura faixa que é antigos canais analógicos de TV.

Em Bariri, se aventou um acordo entre as duas AMs para que pudessem migrar já para a faixa comercial acima de 88 MHZ, mas com potência mais reduzida. Não deu certo. A Bariri Rádio Clube não concorda por ter interesse em migrar para faixa estendida com potência de 3.000 watts e ainda manter por um período de mais cinco anos o transmissor de AM em atividade. Assim ficaria nas duas frequências. Sem o acordo a outra concorrente (Cultura AM) terá que aguardar também a banda estendida.

O diretor administrativo da Bariri Rádio Clube, Armando Galizia, admite que houve o acordo com a emissora concorrente poderia possibilitar a migração para a faixa comercial, mas teria que abrir mão de potência. “Na faixa estendida teríamos potência de 3.000 mil watts e na faixa comercial há muita contradição: alguns dizem que seria 300 watts e 1.000 watts. A direção de nossa emissora não quer abrir mão de potência, não temos interesse em ser numa emissora local. Aí tem a dificuldade, a faixa estendida não tem receptor, mas com a faixa estendida ainda ficaríamos com a AM no ar por mais cinco anos. Se abrirmos mão de potência e migrarmos para a faixa comercial, em 180 dias depois de entrar no ar o canal de FM teríamos que desligar o canal de AM e não há interesse”, declarou.

Galizia salienta que o público que ouve a emissora de AM é ainda fiel, composto de dona de casa e de idosos. Por isso a preferência pela banda estendida porque ainda vai continuar com o AM por um período. E também há esperança que ainda o governo consiga encaixar todas as AMs na faixa comercial. ” Queremos potência e possibilidade de aumentar. Quando assinamos a intenção para ir para a faixa estendida assinamos compromisso para ter 3000 watts”, declarou Galizia.

Neto Belluzzo, da Rádio Cultura de Bariri que 68 anos de fundação e opera na frequência de 740 KHZ, explica que  foi contemplado como emissora classe B1 de 3.000 watts a 1.500 watts. “A banda estendida é um problema muito sério. Ninguém quer essa faixa. Fomos contemplados com essa faixa, mas houve a possibilidade de ir para a faixa comercial acima de 88 MHZ, mas nesse caso teria a redução de classe. A concorrente (Rádio Clube) não concordara porque prefere a classe B1 que possibilita 3.000 mil watts de potência. Tecnicamente não muda muito na nossa opinião: a tecnologia do FM é totalmente diferente do AM. Como não houve entendimento entre as duas rádios, não deu para fazer a migração para a faixa comercial e ficamos para a faixa estendida. ”

Belluzzo diz que a faixa estendida é a TV analógica abaixo dos 88 MHZ, por isso a radiodifusão depende do desligamento do sinal analógico da TV que só agora migraram para o sinal digital. “As emissoras de cidades pequenas vão depender da indústria que vai produzir esses receptores de rádio na faixa estendida e de nossa parte teremos que fazer um trabalho de convencimento muito grande para o consumidor para comprar um rádio que um dia a indústria vai fabricar. A rádio que for para a faixa estendida vai ter um problema muito grande. Por esse motivo que quem for para a faixa estendida vai poder operar com os dois sistemas por período de cinco anos, porém não compensa economicamente, porque vai ter manter dois transmissores (AM e de FM). É complicado esse presente de grego que recebemos do Ministério devido a frequência que tem hoje, se tornou um problema na migração”, revelou.

Pirajuí já pediu a transferência de faixa

Ligada à Diocese de Lins, a Pirajuí Rádio Clube aguarda autorização do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para que passe a operar na frequência de 107.4 MHz (ainda provisória) com potência de 1.000 watts.

“Acredito que a migração da Pirajuí Rádio Clube para a frequência modulada é um antigo sonho da direção e funcionários da emissora. Um sonho que praticamente está tornando realidade e num momento maravilhoso em que a nossa rádio completa mais de sete décadas de existência”, diz em tom eloquente o diretor da emissora, o padre Mauro Sirico dos Santos.

E a migração para a FM tinha que ocorrer, explica o jornalista José Antonio Moreira. “Pelo que nós entendemos a emissora AM que optar pela não migração vai ter tornar emissora regional com uma potência maior. Então, não compensa mais uma emissora continuar a operar na faixa de AM em cidades pequenas. De uma forma ou de outra elas vão ter que fazer essa migração, senão vão acabar morrendo”, ressalta.

A Pirajuí Rádio Clube opera 24 horas há 71 anos com uma programação jornalística, musical e principalmente de evangelização ligada à Rede Católica de Rádio (RCR). A Diocese tem ainda mais duas emissoras: Lins e Avanhandava.

A responsável pelo Departamento Comercial Maria Lúcia Zanardo diz que na nova faixa a emissora vai atingir um maior número de ouvintes, além de possibilitar a expansão do projeto Amigos pela Fé conquistando novos colaboradores.

Clube de São Manuel tem história

A Rádio Clube São Manuel foi fundada em 1939. É uma das mais antigas da região. A dupla Coração do Brasil, Tonico e Tinoco começou a carreira cantando nos microfones dessa emissora. A rádio passou por vários proprietários. Começou com Lino José Saglietti, depois Carlito Marquezzi e, na década de 60, foi comprada pelo Grupo Bandeirantes de João Jorge Saad. No final da década de 90, Liliana Julieta Gerzely da Silva Monti comprou a emissora. Em 2013, a Rádio Clube voltou ao seu antigo endereço no prédio da rua Cel. Rodrigues Simões.

Operando em 1.510 KHZ com potência de 1.000 watts, a emissora tem planos de migrar para a FM na frequência de 88.7 MHZ com alcance de 80 quilômetro ao redor do município. A atual diretora da emissora, Tânia Tavares Casquel, diz que que crise econômica e outras pendências adiaram a mudança. “A grande vantagem que vemos é conseguirmos sermos vistos pelo mercado publicitário. Apesar de termos um maior alcance, apesar conseguirmos falar com nosso ouvintes, parte do mercado publicitário parece não enxergar as rádios AMs”, cita a diretora sobre a perspectiva de migração para FM.

O investimento em novo transmissor e equipamentos está calculado em R$ 200 mil. Perguntada sobre se é correto acabar com a faixa de AM, a diretora disse que na verdade é o AM que não tem condições mais operar nessa faixa. “O Brasil focou na TV digital e quando foi a hora de se estipular como seria o rádio digital não se chegou a consenso e a medida paliativa foi a migração da AM para FM. O FM também precisa de modernidade. O rádio AM e FM serão a companhia de milhares de pessoas e as mudanças terão que ocorrer, como já acontece em vários países”, finalizou a diretora da Rádio Clube, Tânia Casquel.

Lençóis Paulista pensou em não migrar

A rádio Difusora de Lençóis Paulista opera em 1.010 KHZcom 5.000 watts na faixa de AM. É uma potência considerável. Durante à noite tem que reduzir para 1.000 watts, horário que a propagação aumenta ainda mais.

O diretor da emissora João Carlos Lorenzetti pediu a migração e vai para a frequência estendida. Isso significa que ainda vai operar por mais cinco anos na faixa de AM e na FM. O mesmo grupo, no entanto, já tem uma emissora de frequência modulada, a Ventura FM 90,1 Mhz.

“Na verdade, nem sei quando a migração vai sair e nem se realmente vou fazer essa migração de faixa no futuro”, declarou Lorenzetti.

Ele cita uma preocupação de outros radiodifusores que vão para essa faixa, o fato de não existir ainda receptores de rádio na faixa estendida. “Tem que esperar as fábricas produzirem (os rádios com frequência de 76 a 87 MHZ)) para que os aparelhos sejam instalados em carros e nos receptores domiciliares. Nem sei quando isso vai ser feito. Deram prazo de cinco anos para essa migração. Um já passou e tem mais quatro para frente”, contou.

Fundada em 1950, a abrangência da Rádio Difusora alcança um raio de 50 quilômetros a partir de Lençóis Paulista.

Jaú tem as rádios mais tradicionais

Divulgação
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Rádio Jauense foi fundada em 1934

Uma das emissoras mais antigas em atividade é a Rádio Jauense da Emissoras Coligadas com mais de 80 anos de atividades. Atualmente esse grupo tem 11 emissoras entre as faixas de AM e FM, mas até o momento só uma emissora, de Tupã, migrou a frequência. Em Jaú, o JC apurou que as emissoras devem migrar para faixa estendida

Fundada em 15 de maio de 1934, a Jauense 840 KHZ é o pioneira do rádio no País e pelos seus microfones passaram nomes como Ely Correia, Fiori Gigliotti e Antonio Celso Cipolla. O  representante da Coligadas, Adriano Michelette, informou que a rádio aguarda uma definição da faixa estendida para fazer a migração.

A concorrente rádio Piratininga 1.470 KHZ com 1.000 watts opera desde 1962 no município. No passado fez parte da Rede Piratininga de Rádios e atualmente é Fundação Bauab que administra a emissora. A reportagem encaminhou no meio da semana as perguntas, porém até o fechamento desta edição não havia respondido.

AM muda de frequência para se reinventar

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Migração das emissoras de rádio em ondas médias para a frequência modulada acontece lentamente na região de Bauru

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Estúdio da rádio Nova, de São Manuel, que pretende migrar para a faixa de frequência modulada; processo já começou no país e tem emissora de AM que já opera em nova frequência

Aurélio Alonso, JC Net – O rádio ondas médias (Amplitude Modulada AM) está com os seus dias contados em nome da evolução e da qualidade de som. O Brasil adotou a migração do AM para FM devido a dificuldade em definir um sistema digital que pudesse manter o sinal analógico. Com isso as emissoras de ondas médias vão ter que investir em novos transmissores para deixar a antiga faixa e transferir de frequência, de melhor qualidade, porém de alcance menor à onda média. Na região de Bauru, esse processo vem caminhando lentamente. Há emissora que já desligou o transmissor de AM e já opera em FM, outras que aguardam definições sobre a criação de uma banda estendida no dial e a maior parte aguarda a autorização para mudar de canal.

As primeiras outorgas de faixa para as emissoras que optaram pela migração tiveram início em maio do ano passado. Num levantamento extraoficial até a última segunda-feira aponta no Estado de São Paulo 55 emissoras que já migraram da AM para FM. Na região de Bauru são a Rádio Máxima de Ibitinga 90,3, a FM Nativa de Bauru 91,5, Rádio Amiga 96,7 de Lins, Jovem Pan News Bauru 97,5, Difusora Santa Cruz 97,9, Rádio Alvorada de Lins 101,7, Rádio Cultura de Pederneiras 104,1 e Paranapanema 99,1 e Piratininga 96,3, ambas Piraju. O levantamento é feito com base em informação de visitantes do portal tudoradio.com e das próprias emissoras.

Acontece Botucatu/Divulgação
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Radialista Vanderlei Santos é atualmente o proprietário das rádios Municipalista e F8

A dúvida fica para as cidades como Bariri, Jaú e Lençóis Paulista que ainda não há entendimento entre as emissoras para a migração. Nesse caso, essas emissoras precisam aguardar a banda estendida que será um canal a ser ocupado na antiga frequência de televisão de 76 a 87 MHZ. Essas emissoras ainda poderão ficar com o transmissor em operação de AM por mais cinco anos. Nos demais casos, como o da Cultura de Pederneiras, já deixou a antiga frequência de AM e já opera na banda FM. A migração passa a atingir a frequência de 88,1 a 107.9 ou no estendido 76 a 87 FM.

Um dos motivos de mudar de frequência é a melhoria do sinal. “Hoje tem muita interferência. Não dá mais para ouvir o AM. Até portão eletrônico na rua interfere no sinal”, conta Marcelo Marinello,da rádio Canoa Grande de Igaraçu do Tietê que opera em 1.340 KHZ e pediu a migração para 90,7 MHZ.

As emissoras de AM que vão migrar para outra frequência tem muita história. No caso de Jaú, por exemplo, pelos microfones da Jauense passaram grandes nomes do rádio brasileiro, como Fiori de Giglioti um dos grandes narradores esportivos brasileiro, nascido em Barra Bonita, o comunicador como Ely Correia e Antonio Celso Cipolla.

Em São Manuel, por exemplo, a Rádio Clube é um acervo da história radiofônico. Pelos seus microfones estiveram Tonico e Tinoco cantando no início de carreira. O radialista Emilio Surita também iniciou na profissão nessa pequena emissora e atualmente é famoso na capital e na TV. A diretora e jornalista da Clube de São Manuel, Tânia Cecília Tavares Casquel, confirma que a emissora pretende migrar para FM na faixa de 88.7 MHZ. A outra concorrente, rádio Nova, também pediu a migração.

AMs têm história nos municípios

Rivais históricas, Municipalista e F8 de Botucatu têm mesmo dono e estão no mesmo prédio e vão migrar para FM

As rádios AMs têm muita história e ligações sentimentais com os municípios. Em Botucatu, as rádios PRF-8 e a Municipalista foram duas rivais. Disputaram a audiência do ouvinte no passado quando havia dois grupos políticos antagônicos, mas nos tempos atuais as duas emissoras funcionam no mesmo prédio na Praça Emilio Pedutti, 44, e tem o mesmo proprietário: Vanderlei dos Santos, experimentado radialista com mais de 40 anos de carreira como locutor e no setor comercial.

Ele apresenta um conhecido programa líder de audiência “A Marreta” na Municipalista, fundada em 1939, que pertenceu à família Pedutti. A concorrente tinha o “Palanque” na F8 (1.540 KHZ), que pertenceu a Plínio Paganini, famoso político botucatuense e já falecido que abriu a emissora em 27 de maio de 1962.

Santos começou em 1973 sua carreira na Rádio Emissora Botucatu (PRF-8) a mais antiga da cidade e, posteriormente foi para a Municipalista (1.240 KHZ). O destino fez com que ele assumisse a concorrente, após um grupo de Campinas devolver a emissora ao antigo proprietário que não tinha mais interesse de continuar no ramo. A emissora chegou a ficar fora do ar até Santos assumir as instalações.

O desafio agora é a migração dessas duas AMs para o FM. A primeira a mudar para frequência modulada será a Municipalista, já tem autorização do Ministério da Ciência e Tecnologia, enquanto a PR-8, como também é conhecida na atualidade, deve demorar um pouco a migração. É necessário resolver algumas pendências, como impostos federais e Escritório de Arrecadação e Distribuição (Ecad). “Vamos primeiro fazer a migração da Municipalista, porém se não der para fazer das duas, podemos ficar com uma FM e manter outra na faixa de AM. Eu acho que o AM não vai acabar, deve persistir por um período. Há possibilidade de uma AM permanecer em atividade”, explica Santos.

Na opinião dele, a tendência a longo prazo é das emissoras AMs migrarem para o FM. “Eu comparo essa mudança igual ter um computador 2.86 e num determinado momento precisar passar para outro de potência maior e com mais recursos. O FM para nós é interessante, o AM no interior de São Paulo perdeu muito mercado. Com as redes sociais e outras plataformas precisamos buscar outros caminhos e se integrar a esse movimento tecnológico. Não devemos brigar com a modernidade, pelo contrário interagir com ela”, diz Vanderlei Santos.

Um dos fatores da migração é a busca de melhorar a qualidade do som, possível no FM e no AM não tem mais uma boa propagação devido as interferência eletromagnéticas. A F8 atualmente retransmite a programação jornalística da Jovem Pan AM, enquanto a Municipalista tem programas mais locais. “Estamos se reinventando e buscando alternativas para sobreviver no mercado, porque não está fácil na atual conjuntura econômica. Essa migração já deveria ter acontecido. Se tem uma coisa que temos que agradecer a Dilma Rousseff foi permitir essa migração. É a salvação da lavoura das AMs”, declara Santos.

Emissora de Pederneiras já migrou

A rádio Cultura de Pederneiras já abandonou o seu antigo prefixo de 1.380 KHZ e passou para 104 MHZ com 300 watts. Foi uma das primeiras no Centro paulista a migrar de frequência, em 1 de novembro de 2017.

O mesmo proprietário tem outra emissora de FM no município, na frequência de 88.6 MHZ de 1.000 watts. O desafio é mantê-las com programação diferenciada, explica Celso Carlos Al-Haj, um dos sócios e locutor. “É o caminho porque a evolução está pedindo essa migração de frequência. Agora tem que fazer uma programação diferente de uma da outra para não deixar a programação igual no mesmo estilo”, declarou.

O radialista disse que a programação da antiga AM mudou bastante em referência à da faixa de AM. Agora tem tocado música internacional, o que não ocorria quando estava nos 1.380 KHZ. “Alguns programas que tinham audiência na AM como jornalismo e utilidade pública foram mantidos, mas outros foram reformulados. Tem que mudar o estilo de programação”, explicou Celso. A Cultura foi fundada em 7 de setembro de 1952.

Nova de São Manuel vai ter 300 watts

Em São Manuel a Rádio Nova que opera desde 1984 na faixa de 1.420 KHZ com 1.000 watts também vai migrar para a FM com potência inicialmente de 300 watts.

“Por conta de problemas internos, o pedido de migração foi feito fora de prazo e estamos aguardando do governo remanejar uma das frequências de nossa região para São Manuel, uma vez que existem vagas”, explica por e-mail o radialista Thiago Melego.

A potência em FM será inferior ao que é o transmissor da AM. “O alcance é algo complicado de se afirmar, uma vez que apenas números não podem ser considerados, entra na questão o terreno onde está a antena e outros fatores. A princípio, com 300 watts, podemos tranquilamente chegar num raio de 70 km”, explica o radialista.

A rádio Nova já vem adaptando aos poucos a programação para quando mudar para a FM não provocar um grande conflito com seus ouvintes de AM.

Agora, Melego e a diretora da emissora, Maria Fernanda Barros Di Santis, ressaltam com a migração emissoras que não se prepararem, não serão salvas por simplesmente estar no FM, isso será uma ilusão. “O AM existe em várias partes do mundo, inclusive nos EUA, sem nenhum problema com interferências, por exemplo. No Brasil, é diferente, ao invés de buscar alternativas, optaram pela migração. Agora a manutenção daqueles que continuarem no AM, será difícil. Um público que cada vez se tornará menor, já reduziu quando falamos em comercial e diminuirá em ouvintes. Com custos de manutenção cada vez mais altos (afinal, devem restar poucas emissoras na faixa), a situação deverá ser bem complicada a aqueles que fizerem essa opção”.

Barra Bonita e Igaraçu do Tietê dividem audiência pela proximidade

As rádios AM de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê também apostam na migração para FM para melhorar a qualidade do sinal. Esses dois municípios são divididos apenas pelo Rio Tietê. As duas têm som local nas duas localidades.

A Rádio Emissora da Barra 1.030 KHZ de 1.000 watts completou no dia 15 deste mês 51 anos de atividades e a direção cogitou não fazer a migração para a FM. O mesmo grupo já tem uma FM que retransmite a programação da Jovem Pan.

De acordo com o gerente Everton Luiz Ferrerez de Souza, os dois municípios são praticamente ligados um com outro e já há muitas rádios operando. “O proprietário de nossa emissora achou que o custo era alto por causa dessa concorrência, mas em julho vencia o prazo e tinha que pelo menos entrar com o pedido de intenção para decidir posteriormente se vai ou não migrar para a FM”, declarou.

A emissora deve ficar no lote da faixa estendida, o que possibilita que ainda pode operar na faixa de AM por mais cinco anos.

Já a rádio Canoa Grande de Igaraçu do Tietê que está no ar há 33 anos em 1.340 KHZ solicitou a migração na faixa comercial na frequência de 90.7 MHZ com potência de 300 watts. Marcelo Marinello diz que a mudança é necessária. “A migração está compensando fazer, porque há muita interferência no sinal de AM. Está difícil, pega interferência de tudo. Quando estou vindo para a emissora até portão metálico interfere no final”, declarou.

Banda expandida gera apreensão  

Algumas rádios vão passar para uma banda abaixo dos 88 MHZ que ainda não tem receptores para a captação, porém, poderão operar na AM por 5 anos

A migração de faixa tem uma polêmica. Um grupo de rádios vai ter que transferir para faixa estendida (76 a 87 FM) que ainda não tem receptores em grande quantidade. Nesse caso essas emissoras ainda poderão manter o transmissor de AM por cinco anos. As cidades de Bariri, Jaú, Lençóis Paulista e Barra Bonita se enquadram nessa possibilidade, por isso as direções aguardam a definição e assinaram o compromisso de esperar a definição da futura faixa que é antigos canais analógicos de TV.

Em Bariri, se aventou um acordo entre as duas AMs para que pudessem migrar já para a faixa comercial acima de 88 MHZ, mas com potência mais reduzida. Não deu certo. A Bariri Rádio Clube não concorda por ter interesse em migrar para faixa estendida com potência de 3.000 watts e ainda manter por um período de mais cinco anos o transmissor de AM em atividade. Assim ficaria nas duas frequências. Sem o acordo a outra concorrente (Cultura AM) terá que aguardar também a banda estendida.

O diretor administrativo da Bariri Rádio Clube, Armando Galizia, admite que houve o acordo com a emissora concorrente poderia possibilitar a migração para a faixa comercial, mas teria que abrir mão de potência. “Na faixa estendida teríamos potência de 3.000 mil watts e na faixa comercial há muita contradição: alguns dizem que seria 300 watts e 1.000 watts. A direção de nossa emissora não quer abrir mão de potência, não temos interesse em ser numa emissora local. Aí tem a dificuldade, a faixa estendida não tem receptor, mas com a faixa estendida ainda ficaríamos com a AM no ar por mais cinco anos. Se abrirmos mão de potência e migrarmos para a faixa comercial, em 180 dias depois de entrar no ar o canal de FM teríamos que desligar o canal de AM e não há interesse”, declarou.

Galizia salienta que o público que ouve a emissora de AM é ainda fiel, composto de dona de casa e de idosos. Por isso a preferência pela banda estendida porque ainda vai continuar com o AM por um período. E também há esperança que ainda o governo consiga encaixar todas as AMs na faixa comercial. ” Queremos potência e possibilidade de aumentar. Quando assinamos a intenção para ir para a faixa estendida assinamos compromisso para ter 3000 watts”, declarou Galizia.

Neto Belluzzo, da Rádio Cultura de Bariri que 68 anos de fundação e opera na frequência de 740 KHZ, explica que  foi contemplado como emissora classe B1 de 3.000 watts a 1.500 watts. “A banda estendida é um problema muito sério. Ninguém quer essa faixa. Fomos contemplados com essa faixa, mas houve a possibilidade de ir para a faixa comercial acima de 88 MHZ, mas nesse caso teria a redução de classe. A concorrente (Rádio Clube) não concordara porque prefere a classe B1 que possibilita 3.000 mil watts de potência. Tecnicamente não muda muito na nossa opinião: a tecnologia do FM é totalmente diferente do AM. Como não houve entendimento entre as duas rádios, não deu para fazer a migração para a faixa comercial e ficamos para a faixa estendida. ”

Belluzzo diz que a faixa estendida é a TV analógica abaixo dos 88 MHZ, por isso a radiodifusão depende do desligamento do sinal analógico da TV que só agora migraram para o sinal digital. “As emissoras de cidades pequenas vão depender da indústria que vai produzir esses receptores de rádio na faixa estendida e de nossa parte teremos que fazer um trabalho de convencimento muito grande para o consumidor para comprar um rádio que um dia a indústria vai fabricar. A rádio que for para a faixa estendida vai ter um problema muito grande. Por esse motivo que quem for para a faixa estendida vai poder operar com os dois sistemas por período de cinco anos, porém não compensa economicamente, porque vai ter manter dois transmissores (AM e de FM). É complicado esse presente de grego que recebemos do Ministério devido a frequência que tem hoje, se tornou um problema na migração”, revelou.

Pirajuí já pediu a transferência de faixa

Ligada à Diocese de Lins, a Pirajuí Rádio Clube aguarda autorização do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para que passe a operar na frequência de 107.4 MHz (ainda provisória) com potência de 1.000 watts.

“Acredito que a migração da Pirajuí Rádio Clube para a frequência modulada é um antigo sonho da direção e funcionários da emissora. Um sonho que praticamente está tornando realidade e num momento maravilhoso em que a nossa rádio completa mais de sete décadas de existência”, diz em tom eloquente o diretor da emissora, o padre Mauro Sirico dos Santos.

E a migração para a FM tinha que ocorrer, explica o jornalista José Antonio Moreira. “Pelo que nós entendemos a emissora AM que optar pela não migração vai ter tornar emissora regional com uma potência maior. Então, não compensa mais uma emissora continuar a operar na faixa de AM em cidades pequenas. De uma forma ou de outra elas vão ter que fazer essa migração, senão vão acabar morrendo”, ressalta.

A Pirajuí Rádio Clube opera 24 horas há 71 anos com uma programação jornalística, musical e principalmente de evangelização ligada à Rede Católica de Rádio (RCR). A Diocese tem ainda mais duas emissoras: Lins e Avanhandava.

A responsável pelo Departamento Comercial Maria Lúcia Zanardo diz que na nova faixa a emissora vai atingir um maior número de ouvintes, além de possibilitar a expansão do projeto Amigos pela Fé conquistando novos colaboradores.

Clube de São Manuel tem história

A Rádio Clube São Manuel foi fundada em 1939. É uma das mais antigas da região. A dupla Coração do Brasil, Tonico e Tinoco começou a carreira cantando nos microfones dessa emissora. A rádio passou por vários proprietários. Começou com Lino José Saglietti, depois Carlito Marquezzi e, na década de 60, foi comprada pelo Grupo Bandeirantes de João Jorge Saad. No final da década de 90, Liliana Julieta Gerzely da Silva Monti comprou a emissora. Em 2013, a Rádio Clube voltou ao seu antigo endereço no prédio da rua Cel. Rodrigues Simões.

Operando em 1.510 KHZ com potência de 1.000 watts, a emissora tem planos de migrar para a FM na frequência de 88.7 MHZ com alcance de 80 quilômetro ao redor do município. A atual diretora da emissora, Tânia Tavares Casquel, diz que que crise econômica e outras pendências adiaram a mudança. “A grande vantagem que vemos é conseguirmos sermos vistos pelo mercado publicitário. Apesar de termos um maior alcance, apesar conseguirmos falar com nosso ouvintes, parte do mercado publicitário parece não enxergar as rádios AMs”, cita a diretora sobre a perspectiva de migração para FM.

O investimento em novo transmissor e equipamentos está calculado em R$ 200 mil. Perguntada sobre se é correto acabar com a faixa de AM, a diretora disse que na verdade é o AM que não tem condições mais operar nessa faixa. “O Brasil focou na TV digital e quando foi a hora de se estipular como seria o rádio digital não se chegou a consenso e a medida paliativa foi a migração da AM para FM. O FM também precisa de modernidade. O rádio AM e FM serão a companhia de milhares de pessoas e as mudanças terão que ocorrer, como já acontece em vários países”, finalizou a diretora da Rádio Clube, Tânia Casquel.

Lençóis Paulista pensou em não migrar

A rádio Difusora de Lençóis Paulista opera em 1.010 KHZcom 5.000 watts na faixa de AM. É uma potência considerável. Durante à noite tem que reduzir para 1.000 watts, horário que a propagação aumenta ainda mais.

O diretor da emissora João Carlos Lorenzetti pediu a migração e vai para a frequência estendida. Isso significa que ainda vai operar por mais cinco anos na faixa de AM e na FM. O mesmo grupo, no entanto, já tem uma emissora de frequência modulada, a Ventura FM 90,1 Mhz.

“Na verdade, nem sei quando a migração vai sair e nem se realmente vou fazer essa migração de faixa no futuro”, declarou Lorenzetti.

Ele cita uma preocupação de outros radiodifusores que vão para essa faixa, o fato de não existir ainda receptores de rádio na faixa estendida. “Tem que esperar as fábricas produzirem (os rádios com frequência de 76 a 87 MHZ)) para que os aparelhos sejam instalados em carros e nos receptores domiciliares. Nem sei quando isso vai ser feito. Deram prazo de cinco anos para essa migração. Um já passou e tem mais quatro para frente”, contou.

Fundada em 1950, a abrangência da Rádio Difusora alcança um raio de 50 quilômetros a partir de Lençóis Paulista.

Jaú tem as rádios mais tradicionais

Divulgação
bariri_radio_clube-1022635%20(2) AM muda de frequência para se reinventar
Rádio Jauense foi fundada em 1934

Uma das emissoras mais antigas em atividade é a Rádio Jauense da Emissoras Coligadas com mais de 80 anos de atividades. Atualmente esse grupo tem 11 emissoras entre as faixas de AM e FM, mas até o momento só uma emissora, de Tupã, migrou a frequência. Em Jaú, o JC apurou que as emissoras devem migrar para faixa estendida

Fundada em 15 de maio de 1934, a Jauense 840 KHZ é o pioneira do rádio no País e pelos seus microfones passaram nomes como Ely Correia, Fiori Gigliotti e Antonio Celso Cipolla. O  representante da Coligadas, Adriano Michelette, informou que a rádio aguarda uma definição da faixa estendida para fazer a migração.

A concorrente rádio Piratininga 1.470 KHZ com 1.000 watts opera desde 1962 no município. No passado fez parte da Rede Piratininga de Rádios e atualmente é Fundação Bauab que administra a emissora. A reportagem encaminhou no meio da semana as perguntas, porém até o fechamento desta edição não havia respondido.

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